Fenômeno climático típico dos trechos de serra e de baixadas aumenta o risco de acidentes

Levantamento feito pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) mostra que 41 quilômetros de rodovias que cortam municípios do Grande ABC apresentaram neste ano alta incidência de neblina, fenômeno climático típico dos trechos de serra e baixadas, que, segundo especialistas, aumenta o risco de acidentes viários.

Dos 294 pontos de estradas concessionadas do Estado com alta concentração de neblina, seis estão no Grande ABC, sendo três nos trechos Leste e Sul do Rodoanel Mário Covas, dois na Via Anchieta e um na Rodovia dos Imigrantes.

Próximo da Serra do Mar, fato que potencializa o surgimento deste fenômeno natural, exigindo dos motoristas a maior atenção possível nas estradas, o Rodoanel Mário Covas foi o mais afetado em todo o sistema.

Há risco entre o km 63 e o km 69 do Trecho Sul, malha situada entre os municípios de Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires. O Trecho Leste, por sua vez, possui 12 quilômetros com alta incidência, entre o km 89 e o km 100.

“Qualquer descuido na direção (nestes trechos) pode causar acidente, especialmente quando o campo de visão é reduzido pela neblina. Diante disso, é fundamental que os motoristas se conscientizem dos perigos e mantenham toda a atenção no percurso”, explica Marcos Fonseca, diretor executivo da SPMar, responsável pelos trechos Leste e Sul do Rodoanel.

Segundo o porta-voz da concessionária, durante os dias com o fenômeno climático, a SPMar utiliza os painéis de mensagens ao longo da rodovia para informar os motoristas sobre a incidência de neblina e os cuidados que devem tomar para trafegar com segurança.

No SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), a formação de neblina é frequente do km 32 ao km 44 da Via Anchieta e do km 38 ao km 46 da Rodovia dos Imigrantes. A interligação planalto, que une as estradas, também tem possibilidade de ocorrência do fenômeno.

Para reduzir o risco de acidentes, a Ecovias, concessionária responsável pelo sistema, afirma implantar a Operação Comboio quando a visibilidade é inferior a 100 metros. Nestas condições, os veículos são represados nas praças de cobrança de pedágio e, depois, são escoltados em grupos de 350 a 500 carros em velocidade reduzida até trecho de melhor visibilidade.

As saídas das caixas de comboio são feitas a cada 30 minutos. Conforme levantamento feito pelo Diário, neste ano, a Operação Comboio esteve em vigor em 43 dos 181 dias do primeiro semestre no SAI, média de uma a cada quatro dias.

Para o professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso Peixoto, as operações são positivas no sentido de evitar acidentes. Ele explica que, na presença de neblina, um dos maiores riscos é a iminência de acidentes graves.

“A redução da visibilidade influencia no intervalo de tempo de dois segundos tido como um mínimo de segurança para que as manobras estejam devidamente seguras. Por isso, as operações são eficazes, pois fazem os veículos terem velocidade limite, evitando riscos aos motoristas”, avalia.

Fonte: www.dgabc.com.br