O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, emitiu nesta terça-feira (11) decreto de situação de emergência na rodovia MT-407, mais conhecida como Rodovia dos Imigrantes, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O decreto foi publicado no Diário Oficial e aponta que a estrutura da rodovia não suporta o tráfego de veículos decorrente das BR-070, BR-163 e BR-364.

A ampliação do fluxo de veículos, ainda segundo o governo, é diante das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014. Contudo, diversos acidentes têm ocorrido ao longo da rodovia e gerado protestos por parte dos moradores. O decreto estabelece ainda o prazo de 180 dias para que a situação no local seja regularizada.

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O superintendente da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), Tércio Lacerda, explicou, por meio da assessoria de imprensa, que o governo pretende firmar um convênio com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) para restauração dos pontos críticos ao longo dos 28 quilômetros da rodovia.

O prazo estabelecido no decreto começa a vigorar a partir da assinatura do convênio, que, segundo a secretaria, está sem data definida para ocorrer.

Lombadas
Na segunda-feira (10), moradores e comerciantes que vivem às margens da rodovia bloquearam o tráfego de veículos por quase quatro horas no local. O motivo são os altos índices de acidentes. Os manifestantes atearam fogo em pneus e pedaços de madeira, impedindo a passagem de veículos nos dois sentidos da rodovias.

Estrutura da Rodovia dos Imigrantes não suporta tráfego de veículos das rodovias federais.
(Foto: Reprodução/TVCA)
O manifesto só chegou ao fim quando a Prefeitura de Várzea Grande informou que iria construir lombadas ao longo da pista. No entanto, a obra não foi autorizada pelo governo do estado por se tratar de rodovia estadual. Mesmo sem autorização para a construção, a Prefeitura cedeu o material e até o maquinário para que os próprios moradores construíssem a lombada.
Porém, a Setpu disse por meio de nota que a obra precisa de autorização para ser realizada já que a manutenção da rodovia é de responsabilidade do estado e não do município. Apesar disso, a prefeitura decidiu intervir, mas deixou nas mãos dos moradores a construção da lombada. Mas a assessoria de imprensa da Septu informou que se os moradores fizerem a lombada, ela será retirada.

O morador do Bairro Capão Grande, Elias Forte, disse à reportagem que todos aguardam a Guarda Municipal para ajudar a controlar o trânsito. “Nós juntamos a comunidade e todos nós vamos pegar essa obra, porque a causa é de todos os moradores do Capão Grande”, pontuou.

Perigo
De acordo com o especialista em trânsito, Luiz Miguel Miranda, a legislação brasileira prevê os redutores de velocidade em situações em que as vias oferecem riscos. “Dado mais concreto do que o número de mortos em dois anos porque foram atropelados ao atravessar a pista nós, acadêmicos não conhecemos. Então, esses estudos existem, esses dados existem. Só faltou a decisão política de fazer o equipamento para a travessia de pedestres com segurança neste local”, enfatizou.