A cada cidade, uma mensagem. Um aviso para a empresa de que a viagem até Foz do Iguaçu segue o roteiro combinado. Em outro ônibus, a tática é a oração. É o medo da violência que ronda as estradas.

De janeiro até agora, 15 ônibus de turismo foram assaltados no Paraná. A maioria no norte do estado. O perigo começa na divisa com São Paulo, passa por Maringá, Campo Mourão e vai até Cascavel, já perto da fronteira com o Paraguai.

Muitos ataques acontecem em trevos e cruzamentos. Locais em que os ônibus precisam diminuir a velocidade. Nesses pontos eles são parados à bala.

Na tentativa de enganar motoristas, muitas quadrilhas também montam falsas blitzes nas estradas, geralmente em trechos isolados. O ônibus é levado para estradas secundárias e aí os bandidos fazem a limpeza nos passageiros. O ônibus é levado para estradas secundárias e aí os bandidos fazem a limpa nos passageiros.

Foi o que aconteceu com esse grupo que ia de São Paulo para Foz do Iguaçu. Os assaltantes abordaram o ônibus perto de Londrina. Deixaram os 35 passageiros só com as roupas íntimas e trancados nos bagageiros.

“Eles parecem que sentem prazer em humilhar as pessoas dessa forma”, diz um dos passageiros.

Com medo dos bandidos, muita gente não leva mais dinheiro na viagem. Só cartão de crédito. “Se eu perceber alguma coisa, eu pego o cartão e quebro; meu dinheiro eles não levam”, diz uma passageira.

Nas paradas para o lanche, motoristas também combinam pegar a estrada juntos. O comboio deixa a viagem mais segura. “A nossa união é pra dificultar, mostrar que a gente está unido”, diz um motorista.