Radares inteligentes da Polícia Rodoviária de São Paulo já deixaram na estrada 44.667 motoristas flagrados com o licenciamento vencido. De janeiro a setembro deste ano, 165 abordagens por dia resultaram em apreensão do veículo e multa de R$ 191,54. No ano passado, quando os 40 radares atualmente em atividade começaram a ser instalados, o número de carros apreendidos por licenciamento vencido foi bem mais baixo: 9.588. E a tendência é de que o número de multas aumente – a fiscalização deve ser reforçada com 60 radares inteligentes móveis.

Os aparelhos funcionam há um ano e meio em pontos fixos das estradas estaduais. O sistema faz a leitura das placas e identifica nos registros da polícia se o veículo tem pendências judiciais e está com a documentação em dia. Entre setembro de 2010 e setembro de 2011, esses equipamentos fizeram a leitura das placas de 209,5 milhões de veículos.

“No ano passado, tivemos de fazer ajustes no sistema. Este é o primeiro ano de pleno funcionamento dos radares inteligentes”, afirma o comandante da Polícia Rodoviária de São Paulo, coronel Jean Charles de Oliveira.

Além das multas por licenciamento vencido, radares inteligentes também já flagraram quase 50 motoristas por hora descumprindo limites de velocidade das rodovias estaduais – 318 mil condutores foram multados até o dia 30 de setembro. Se somadas às autuações dos radares móveis, esse número mais que duplica, chegando a 810 mil por excesso de velocidade.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, ultrapassar limite de velocidade dá multa de R$ 85,13 (até 20% acima do permitido) a R$ 574,62 (mais de 50% acima do permitido), resultando, nos casos mais graves, na suspensão imediata do direito de dirigir. Em 2010, os radares ainda flagraram 289 veículos roubados ou com algum problema com a Justiça circulando pelas estradas. Neste ano, esse número caiu quase pela metade, para 151. “Muitos fogem porque já sabem onde estão os radares. Por isso vamos comprar os móveis”, disse Oliveira.

Pedestres

A maioria dos motoristas que dirigem na Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, não respeita o direito dos pedestres. É o que revela uma pesquisa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Na tentativa de reverter o quadro, a CET começou nesta semana a atuar no campus do Butantã da Universidade de São Paulo (USP). Desde segunda-feira, dez orientadores auxiliam pedestres a atravessar a faixa em três pontos: perto das Portarias 1 e 3 e na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.

O levantamento feito pela CET entre os dias 13 e 28 de setembro mostra que, das 11 horas às 13 horas, dois terços (68%) dos motoristas não deram preferência a pedestres nas faixas de travessia sem semáforo dentro da USP. Além disso, 65% dos veículos que dobraram esquinas não ligaram a seta, uma infração considerada grave.

Para as duas análises, foram contados, respectivamente, 1.737 e 2.077 veículos. A cada dia útil, circulam pelos 4,5 milhões de m² da Cidade Universitária cerca de 50 mil veículos e 100 mil pessoas.