A empresa paulistana UPM2 trouxe da Suécia para o Brasil uma nova tecnologia para pagamento de tarifa de pedágio pelo telefone celular. O mobile ticket, usado em ônibus, metrôs e balsas na Europa, foi testado pela primeira vez em pedágio na Rodovia Dom Pedro I, em Itatiba. Durante 50 dias, colaboradores da concessionária Rota das Bandeiras usaram seus celulares para pagar a tarifa cobrada no km 110. Os resultados dos testes serão submetidos à avaliação da Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) na próxima terça-feira. O objetivo é ter autorização do órgão estadual para oferecer a tecnologia às concessionárias e colocar o sistema em operação.

Uma das grandes vantagens do mobile ticket é a praticidade e o caráter democrático, uma vez que qualquer celular que permita o tráfego de SMS – tenha ele plano pré ou pós-pago – poderá fazer uso do sistema. O usuário cadastra-se em um site, envia um SMS para a administradora e adquire valores em créditos. Em um intervalo de menos de um minuto, recebe um SMS com códigos específicos e, quando chega à cabine de pedágio, aproxima o visor do celular do validador, equipamento semelhante a um leitor de código de barras. A cancela abre em cinco segundos.

Segundo informou o sócio-diretor da UPM2 Rodrigo Petroni, a recarga poderá ser feita por SMS, pela internet, por caixas eletrônicos, telefone ou pontos instalados em estabelecimentos comerciais. A empresa não tem intenção de impor um prazo de validade para os créditos ou cobrar taxa de manutenção do serviço. A forma de pagamento pelos créditos ainda será estudada. Petroni, que trouxe a tecnologia da Suécia, informou que desde 2005, quando foi adotado lá, o sistema nunca sofreu nenhum tipo de fraude. Em caso de roubo do celular, os créditos poderão ser suspensos.

O mobile ticket para celulares já é realidade em países como a Dinamarca, Finlândia, Turquia e Índia. Para o presidente da Rota das Bandeiras, Luiz César Costa, o tempo de operação e o uso de créditos são as maiores vantagens. “Não podemos tomar mais que 12 segundos em uma transação. Quanto mais a gente reduzir esse tempo, melhor. E quanto menos dinheiro estiver sendo movimentado, mais seguro é”, disse Costa.

A Artesp informou, por meio de assessoria, que tem conhecimento dos testes realizados na Rodovia Dom Pedro I e que conhecerá o produto na próxima semana. O Grupo de Estudos sobre Sistemas Automáticos de Arrecadação (Gesa) da agência estuda alternativas de cobrança eletrônica de pedágio existentes em outros países, entre as quais está o pagamento de tarifas de pedágio via celular.