As intensas chuvas no Litoral do Estado há 11 dias, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas e destruiram centenas de residências em três municípios, mostraram o poder de mobilização e a importância das redes sociais. Sobretudo nas estradas o papel destas redes, em especial o Twitter, foi crucial para alertar os usuários sobre as interdições, evitando um caos maior do que foi.

“Foi um instrumento de utilidade pública, de caráter oficial, em tempo real, que fez uma ponte com o usuário das estradas (sobre o Twitter). Foi a fonte de informações mais importante naquele momento de crise”, disse o inspetor Fabiano Moreno, responsável pela Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, mencionando os dias da semana passada, com as interdições das BRs 277 e 376 por causa da queda de barreiras e de pontes.

A importância das redes sociais foi além de informar o usuário sobre a interrupção de tráfego nas estradas. Ela também liberou os telefones oficiais para as chamadas mais emergentes. “Percebemos que muitas vezes os telefones não ficavam congestionados, liberando os ramais para as chamadas de socorro. Sem as redes sociais e o Twitter, teria sido muito pior”, aponta o tenente Sheldon Vortolin, chefe de operações do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).
A Concessionária Ecovia também encontrou no microblog uma ferramenta importante naquele momento trágico, tanto para “falar” com o usuário da BR-277 quanto com o relacionamento com a imprensa. A Ecovia, a partir da queda das pontes, emitiu um twit a cada 15 minutos, além dos boletins dentro do site da empresa, informando em tempo real a situação na rodovia.

Resposta — Para a PRF, o uso do Twitter ajudou também a esclarecer dúvidas de usuários. Quase todas as perguntas feitas no microblog foram respondidas. E a PRF trabalhou no limite da sua capacidade de atendimento de informações pelo telefone.
A central telefônica da PRF é capaz de administrar 60 ligações simultâneas. Em dias normais, recebe até 20 ligações ao mesmo tempo. Na semana passada todos os núemros estrapolaram. Num único dia foram 16 mil ligações para a PRF, o equivalente a um mês inteiro de chamadas. Logo, sem o Twitter, não dariam conta de prestar as informações necessárias para a população.

Na PRF, as informações no Twitter no momento mais agudo dos problemas nas rodovias eram alimentadas pelo Núcleo de Comunicação e pela Central de Informações Operacionais. O BPRv também utilizou a estrutura da comunicação e dos postos nos locais mais críticos. “Sem o microblog não conseguiriamos oferecer a informação em tempo real”, diz Moreno.

As instituições afirmam que já sabiam do potencial do Twitter para essa relação com a comunidade, mas os eventos trágicos da semana passada foram um teste de fogo. Apesar dos danos impostos pelas chuvas, o reconhecimento é que não faltou informação.