O plano de abrir o acostamento em momentos de grande fluxo na freeway entrou em operação no domingo, depois de não precisar ser usado na volta do Carnaval, na semana passada. Às 17h50min, a Concepa, concessionária que administra a rodovia, liberou a quarta faixa para veículos leves entre os kms 1,5 e 19, o que permitiu um retorno tranquilo do Litoral Norte.

— O trânsito está imprevisível, não se sabe quando será o pico.

Com essas palavras, ditas na manhã deste domingo, um agente do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Osório deu uma ideia da surpresa ocorrida no Carnaval, quando não houve tranqueiras. Por isso, o comportamento dos motoristas no domingo era uma incógnita. Quando ocorreria o maior movimento? Os veranistas aproveitariam o dia todo na praia? Aguardariam o final dos jogos do Gauchão? O recomeço das aulas influenciaria? A dúvida foi desfeita por volta das 17h.

Naquele horário, a Concepa decidiu fechar o acesso da RST-101 à freeway. Era a primeira medida para resolver o nó que se formava entre a BR-101 e a ERS-030. O movimento variava entre 70 e 80 veículos por minuto nos postos de pedágio de Santo Antônio da Patrulha e Gravataí, e atingiu o pico de 85 veículos por minuto às 16h53min, em Santo Antônio da Patrulha.

O sinal verde para a abertura do acostamento se deu 50 minutos depois da interrupção do acesso da RST-101. Logo a seguir, o tráfego congestionou na ERS-030. O grosso do movimento ingressou na freeway, mas a rodovia federal suportou bem o volume. O trânsito na quarta faixa foi interrompido às 20h30min.

Abuso de velocidade no acostamento

Pelo acostamento, os carros só podiam trafegar a até 70 km/h. No entanto, alguns motoristas não respeitaram as regras. Houve ultrapassagens em alta velocidade. Os condutores aprovaram a medida de abrir a quarta faixa, com ressalvas.

— Desde a Estrada do Mar, não pegamos tranqueira. O único problema foi o pessoal andando a mais de 70 km/h no acostamento — disse o projetista Carlos Alberto Silva, 59 anos.

Uma reunião, esta semana, entre Polícia Rodoviária Federal, Brigada Militar e Concepa definirá o futuro do uso do acostamento para evitar congestionamentos. Não se descarta a retirada dos painéis e placas informativas. Segundo o gerente de operações da Concepa, Evandro Bottega, um aperfeiçoamento da operação poderá ser uma variação maior entre períodos de abertura e fechamentos:

— O uso do acostamento é uma mudança de cultura que tem de ser absorvida. Por isso, será mais eficiente fechar o acostamento assim que o trânsito melhorar. Outra alternativa é a implantação permanente de uma quarta faixa. Tudo será avaliado.