São necessárias três horas ou mais para se cumprir o trajeto entre Mogi e a Capital nos ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), pela SP-66, antiga São Paulo – Rio de Janeiro. Ao final deste período, o passageiro chega ao Terminal Armênia, no mínimo, extenuado. Outra opção mais rápida para a desconfortável viagem começa a ser estudada. Uma interessante notícia para os mais de mil passageiros atendidos diariamente nas 82 saídas do coletivo.

Os mogianos que precisam ir até São Paulo de ônibus têm duas opções: seguirem pela Ayrton Senna, pela única companhia que faz o trajeto expresso, a Pássaro Marron, ou enfrentar a rota oferecida da EMTU, que torna o percurso uma verdadeira via crúcis. A diferença entre os preços é que acaba determinando a escolha.

Detalhe: ambos trajetos têm cerca de 65 km de extensão. Pagando o equivalente a R$ 13,05, o passageiro faz uma viagem tranquila, pela Rodovia Ayrton Senna, de uma hora de duração, em um ônibus confortável e com ar condicionado. Os que não podem gastar esta quantia diariamente são obrigados a tomar um dos itinerários da EMTU, que passam por dentro das cidades de Mogi, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Guarulhos, custando no máximo R$ 4,95, mas que leva três horas para chegar ao destino, em uma viagem sem o mínimo de comodidade, enfrentando o calor ou o frio, atrasos constantes e uma centena de paradas para o embarque e desembarque de passageiros, num trajeto que parece não findar. Isso tudo, é bom deixar claro, nos horários de menor movimento das estradas. Nos momentos de pico ou, em períodos do ano como o verão, quando as enchentes paralisam a Região Metropolitana de São Paulo, este tempo pode ultrapassar quatro horas.

Para que a economia de dinheiro não precise, obrigatoriamente, se tornar um desperdício no tempo de muitos trabalhadores mogianos que precisam ir ao centro da Capital, que gastam até seis horas do dia dentro de ônibus, uma solução poderia ser a criação de uma linha expressa, que passasse pela Ayrton Senna e não representasse grandes gastos no final do mês.

O projeto desta linha só depende agora de estudos. Sem determinar um prazo, o Secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, exigiu a elaboração de uma proposta aos técnicos da EMTU, que o acompanhavam no evento de entrega de 30 novos ônibus disponibilizados pela CS Brasil ao transporte público intermunicipal, na semana passada.

O secretário explicou que a concessão das linhas é de responsabilidade da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), que pertence à Secretaria de Transportes.

No entanto, ele afirmou que poderá atuar de forma a oferecer um serviço mais eficiente aos mogianos e reconheceu que é preciso melhorar o acesso da população ao centro da Capital paulista. Durante a entrevista coletiva, ele ficou surpreso ao ser informado sobre a extensão e demora do trajeto.