O perímetro urbano da BR-153 em Goiânia não se destaca apenas pelas ocorrências de atropelamento; é nele onde se registra o maior número de acidentes nas rodovias goianas, conforme relatório elaborado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado ontem. Em quatro anos, ocorreram 445 acidentes no trecho do km 499 até o km 501, localizado entre a sede da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) e a saída para Aparecida de Goiânia. Só nos 15 primeiros dias deste ano, 60% dos acidentes com mortes ocorreram na BR-153.

O estudo da PRF aponta que, com os dados de 2008, é possível notar que a maioria dos acidentes não envolve alcoolizados (84,8%). E que 56,6% das batidas ocorrem em plena luz do dia e 54,4% com o tempo bom. O principal fator é a desatenção, com 31,2%.

O inspetor Klebert Gonçalves, responsável pelo patrulhamento da BR-153, diz que a ocorrência de acidentes é considerada normal. O problema é que a taxa de acidentes não é uniforme, ou seja, existem pontos de segurança críticos na rodovia. “Os fatores que contribuem para o aumento do número de acidentes estão no perímetro urbano”, explica.

O servidor público Eduardo dos Santos, 34, testemunha os problemas da BR-153. Ele utiliza a rodovia todos os dias para chegar ao local de trabalho, em Aparecida. Segundo Eduardo, o grande número de pedestres atravessando a pista fora das passarelas é a principal preocupação de quem está segurando o volante.
Caminhoneiro há 30 anos, Alceu Benedito Luiz, 48, reclama do horário de pico na BR. O movimento é intenso, diz. “É muito carro. E ainda quando chove, a pista acumula água.”

Vereadora quer direitos efetivos para pedestres

A vereadora Cidinha Siqueira, autora do projeto de lei que criou o Estatuto do Pedestre, afirmou que irá cobrar do prefeito Iris Rezende que sejam cumpridas todas as determinações do estatuto, que estabelece um conjunto de direitos e deveres dos pedestres no município de Goiânia. “Com o Estatuto em vigor, o pedestre será tratado com mais dignidade na cidade de Goiânia”, frisa.
Cidinha espera que neste semestre seja criada a Gerência da Mobilidade, dentro da Agência Municipal de Trânsito (AMT), para que haja trabalho conjunto em prol dos pedestres. Segundo ela, esta gerência faz parte do projeto aprovado no ano passado. Outra medida prevista no documento é o uso das calçadas no período noturno por bares e restaurantes, entre outros.
A vereadora acredita que a falta de controle e de fiscalização desse tipo de prática comprometem o direito de ir-e-vir do cidadão. Segundo o projeto, pedestre é aquele que utiliza as vias, passeios, calçadas e praças públicas a pé, de carrinho de bebê ou em cadeira de rodas. O ciclista, desde que esteja empurrando a bicicleta, também é equiparado ao pedestre.