Os acidentes de trânsito já se tornaram a principal causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos no mundo. Ocorrem mais de 1 milhão de mortes por ano, sendo 400 mil das vítimas jovens. Outros 50 milhões de pessoas sofrem algum tipo de acidente de trânsito todos os anos. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que hoje abre a primeira conferência internacional para lidar com o problema e sugerir um plano para limitar as mortes. A iniciativa conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro britânico Tony Blair, que enviaram mensagens à reunião.
Segundo a OMS, o problema é mais grave nos países em desenvolvimento, onde as estradas não são adequadas, não há controle rigoroso das medidas de segurança e muitos carros estão circulando sem autorização. De cada quatro acidentes fatais no mundo, três ocorrem nos países em desenvolvimento. No Brasil, a situação é considerada grave pelos especialistas da OMS.
O País tem prejuízos de US$ 22 bilhões. Apenas nas estradas federais são mais de 65 mil feridos e quase 7 mil mortos por ano. “Essa situação não pode ser considerada mero acidente. Não podemos considerar que esses choques entre carros sejam inevitáveis”, disse Margaret Chan, diretora da agência da ONU para a Saúde.
Doenças
Entre as crianças até dez anos, infecções respiratórias, aids e diarréia são as principais causas de morte. Mas entre dez e 24 anos, a situação é diferente e as estradas do mundo se tornam o principal problema. Segundo o Banco Mundial, nos próximos 20 anos, as perdas geradas pelos acidentes de trânsito podem superar até o número de mortos pela malária e tuberculose.
De acordo com a OMS, os acidentes de carros custam ao mundo prejuízos de US$ 518 bilhões. Durante a conferência que começa hoje, um dos pontos que serão tratados é o limite no consumo de álcool pelos motoristas. Um controle rígido desses níveis de bebida poderia gerar queda de 20% no número de acidentes fatais no mundo.