O trecho da rodovia Anhangüera em Ribeirão Preto deverá ter, a partir do próximo mês, as mais extensas marginais de rodovia do Estado, segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de
São Paulo).

Com o trecho de 13,3 km previsto para ser finalizado em outubro, as vias marginais terão, no total, 15,8 km de extensão nos sentidos norte e sul. De acordo com a Artesp, em segundo lugar vêm os 12 km das marginais da rodovia Anchieta, que liga São Paulo ao litoral.

Foram investidos R$ 17 milhões pela concessionária Autovias desde que as obras das novas marginais começaram em Ribeirão, em fevereiro do ano passado. Os recursos, segundo a empresa, são oriundos de arrecadação de pedágio e aporte dos acionistas. O prazo para a entrega é maio do ano que vem.

Cerca de 300 postos de trabalho diretos e indiretos foram gerados com o empreendimento, que, após concluído, deverá ser repassado ao município.

As novas marginais têm sete metros de largura, duas pistas e ladeiam bairros como o Ouro Verde e o Ouro Branco. Elas vão se juntar às vias construídas há quatro anos, que margeiam a Vila Abranches e a Lagoinha.

A função das marginais é separar o tráfego urbano do trânsito da rodovia, o que, para usuários e moradores do entorno, é bem mais seguro.

O caminhoneiro Luís Carlos Silva, 32, opta pelas marginais sempre que possível. “No horário de pico, o trânsito na rodovia é muito tumultuado. As marginais ajudam a desafogar bastante, principalmente com carros pequenos que utilizam a via para ir para o serviço.” Para ele, o que falta é uma pista para ciclistas.

“A gente tem que dividir faixa com eles. Às vezes, numa ultrapassagem ou quando vem um carro, não há como desviar deles”, contou.

Na última segunda-feira, a Autovias modificou o sentido de tráfego das vias marginais, o que gerou um abaixo- assinado.Mudança gera queixas. A alteração no sentido de tráfego das marginais da Anhangüera, na última segunda-feira, para mão única na maior parte do trecho de Ribeirão levou caminhoneiros a fazerem um abaixo-assinado pedindo à concessionária Autovias que retome a mão dupla de direção nas vias.

O documento já soma cerca de 200 assinaturas, de acordo com o gerente de transporte Wilson Baldin. A marginal norte passou a ter mão única a partir do km 310 (a via começa no km 308 e vai até o 317,5) e a sul em toda a sua extensão (km 307,4 ao 317,7).

Os caminhoneiros alegam que, para voltar 200m na pista, do Posto Gavião, onde funciona uma transportadora, até a empresa Leite Nilza, por exemplo, eles precisam percorrer três quilômetros e meio, já que não podem retornar pela marginal norte, que agora acompanha o sentido da rodovia.

Para sair do posto ou dos bairros Ouro Branco e Ouro Verde, é preciso seguir até o trevo do aeroporto Leite Lopes, no km 314, para então acessar a rodovia ou a marginal sul.

“Gastam um dinheirão com as marginais para fazer de mão única? Os engenheiros que fazem isso não consultam quem usa”, reclamou o caminhoneiro Valzino Machia, 39.

Joel Alves da Silva, 35, também caminhoneiro, conta que na última segunda levou meia hora para sair para São Paulo, percurso que antes durava alguns minutos. “Sendo que estava lá pertinho.”

A Autovias informou ontem que ainda não havia tomado conhecimento do abaixo-assinado.

Questionada por e-mail sobre as razões da mudança e se há possibilidade de a via voltar a ter mão dupla, a concessionária não emitiu resposta até o final da tarde de ontem.