Este foi o terceiro acidente com carga perigosa registrada em estradas que cortam a Grande Curitiba somente neste mês
Uma carga de 29,5 mil quilos de substância tóxica vazou de um caminhão envolvido em acidente ontem de manhã, na BR-116 (Rodovia Régis Bittencourt), em Campina Grande do Sul. A colisão deixou uma pessoa ferida e provocou congestionamento de mais de 15 quilômetros no sentido São Paulo-Curitiba. O transporte de cargas perigosas é uma das grandes preocupações da Defesa Civil e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), já que as rodovias que dão acesso à Região Metropolitana de Curitiba passam por áreas de manaciais.
O caminhão com carga de solução de fenol foi atingido na traseira por uma carreta às 6h30 de ontem no quilômetro 57 da rodovia. Um dos motoristas ficou levemente ferido e foi levado ao Hospital Angelina Caron. O líquido, corrosivo e letal se ingerido por humanos ou animais, vazou totalmente do tanque de carga.
Agentes da Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do IAP foram acionados para atender o acidente e conter o vazamento. De acordo com o IAP, a retenção foi realizada com sucesso e não houve nenhum dano ambiental.
A pista ficou totalmente interdita até as 10h30, quando a fila de veículos já chegava à represa do Capivari, a 16 quilômetros de distância. O trânsito ainda ficou lento na região por várias horas, até que os caminhões fossem retirados.
Terceiro caso — Este foi pelo menos o terceiro caso de acidente com carga perigosa nas estradas da Grande Curitiba somente em fevereiro. No dia 10, um caminhão que transportava produtos químicos tombou na BR-376, quase na divisa entre o Paraná e Santa Catarina. O caminhão levava 12,4 toneladas de sulfato de alumínio. Parte da carga caiu num córrego. O IAP encontrou peixes mortos na região, mas o dano só não foi maior porque o produto é utilizado justamente no tratamento de água, e se diluiu.
Já na sexta-feira passada, um outro acidente envolvendo caminhões derramou 15 mil litros de acetato de amila (substância inflamável usada como solvente na fabricação de tintas) também na pista na BR-116, de novo em Campina Grande do Sul. Na colisão, a válvula do tanque do caminhão abalroado rompeu-se, provocando o vazamento. Sob orientação do IAP, os bombeiros colocaram terra sobre a pista para impedir que o produto entrasse em combustão.
Durante os trabalhos, a pista ficou parcialmente interditada devido ao risco de explosão com o aumento da temperatura. Um caminhão de espuma — material utilizado para evitar incêndios em acidentes envolvendo substâncias químicas — do Corpo de Bombeiros permaneceu preventivamente no local. Não hovue dano ambiental.