O índice de acidentes na malha rodoviária concedida do Estado de São Paulo caiu 11% em 2006, na comparação com o ano anterior. No mesmo período, registrou-se diminuição de 1% no índice de mortos e de 4% no de feridos. Os dados constam no levantamento que a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) realizou sobre os acidentes ocorridos nas rodovias do Programa de Concessões Rodoviárias.

Dos 26.036 acidentes registrados no ano passado, houve 13.890 vítimas feridas e 678 fatais. “O estudo detalhado dos acidentes é fundamental para nos orientar nas ações de segurança a serem adotadas”, comenta o diretor-geral da Artesp, Ulysses Carraro. O aumento da segurança na malha concedida é resultado do Plano de Redução de Acidentes (PRA) do Programa de Concessões Rodoviárias.

A iniciativa consiste em ações de engenharia, como construção de passarelas, recapeamentos, melhoria de acostamentos e vias marginais; ações operacionais: atendimentos médico e mecânico; ações educativas em campanhas de orientação aos usuários das rodovias; e ações coercitivas que auxiliam na fiscalização. Em 2005, registrou-se um acidente a cada 18,4 minutos. Com a redução das ocorrências em 2006, esse tempo se estendeu para um caso a cada 20,2 minutos. Isso representa 71,3 colisões por dia, no ano passado, enquanto, em 2005, havia 78,1 choques diariamente.

Choques mais freqüentes

O choque contra objetos estáticos é o tipo de acidente mais freqüente nas rodovias concedidas de São Paulo, seguido das colisões traseiras e das laterais. Em 2006, foram 8.101 ocorrências de batidas contra barreiras metálicas, cancelas de pedágio e suportes de sinalização, entre outros. No mesmo ano, ocorreram 5.187 colisões traseiras e 2.789 laterais.

A Artesp verificou que, apesar dos atropelamentos de pedestres representarem apenas 2,48% dos acidentes registrados nas rodovias, eles resultam no maior número de vítimas fatais, sendo responsáveis por 32,7% das mortes. Em 2006, registrou-se 646 atropelamentos, deixando 222 vítimas fatais.

As colisões traseiras são o segundo tipo de acidente de maior fatalidade, seguido das colisões frontais, que resultaram, respectivamente, em 120 e 72 vítimas fatais. Para reduzir os atropelamentos, o Programa de Concessões Rodoviárias construiu as obras de 108 passarelas na malha concedida e realizou diversas campanhas de conscientização dos pedestres quanto ao uso do dispositivo de segurança.

Período dos acidentes

A maioria dos acidentes, 26%, acontece das 16 às 20 horas. O menor número de ocorrências dá-se entre a meia-noite e às 4 horas. As colisões mais graves vão das 20 horas à meia-noite; quantitativamente, esses índices são menores e representam apenas 18% do total diário. Isso porque 28% das vítimas fatais resultam dos acidentes desse período.

Em relação aos acidentes ao longo da semana, não há variação significativa. Sexta-feira e sábado são os dias com maior número de registros (16% em cada dia) e terça-feira, a menor ocorrência (12%).

Condições climáticas

A maioria dos acidentes, 79%, acorreu em boas condições climáticas. Apenas em 17% das ocorrências foram registradas sob chuva, garoa ou neblina. Para os demais, 4% não há registro do clima.

Tipo de veículo acidentado

Os acidentes envolvendo automóveis reduziram de 23.193, em 2005, para 19.364, em 2006. Houve queda também nos acidentes com ônibus, passando de 1.050 para 886. O mesmo resultado positivo observa-se com os caminhões, que apresentaram redução de 9.591 acidentes, em 2005 para 9.270, em 2006.

Mesmo com as constantes campanhas de educação e saúde nas rodovias concedidas, os acidentes com motos e bicicletas continuam aumentando desde 2000. No ano passado, as motos estiveram envolvidas em 5.020 acidentes, enquanto no ano 2000 foram registrados 893 casos com esse tipo de veículo. Em 2006, as bicicletas estiveram em 664 ocorrências, enquanto no ano 2000 em apenas 309.

Desde o início das concessões rodoviárias, no ano 2000, as concessionárias das rodovias e a Artesp investiram mais de R$ 10 milhões em campanhas educativas no trânsito. Essa iniciativa alcançou 1,5 milhões de usuários.