O fim de semana foi violento nas estradas. Morreram seis pessoas em três acidentes. Dois choques envolvendo caminhões deixaram três mortos na Rodovia Régis Bittencourt. Na Mogi-Bertioga, um ônibus de turismo tombou, resultando em três mortes.

Os acidentes nas estradas brasileiras estão cada vez mais violentos. A constatação é da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), que realizou uma pesquisa comparativa da situação das rodovias em 2004 e 2005. Nesses dois anos, o número de acidentes caiu de 112,4 mil para 109,8 mil, o que significa uma redução de 2,4 %. Mas na mesma proporção aumentaram os óbitos. Em 2005, morreram 233 pessoas a mais que em 2004, totalizando 6,3 mil mortes. “Segurança no trânsito é um problema de saúde pública”, diz Marco Bicalho, coordenador do estudo e superintendente da ANTP. Entre as rodovias mais perigosas, de acordo com a ANTP, está a Regis. Hoje ela foi interditada duas vezes. O motivo: dois acidentes envolvendo caminhões.

No Município de Miracatu, km 362 – num trecho de serra e pista simples -, um caminhão carregado de aerossol tombou em cima de outro que vinha na mão contrário. Houve incêndio e duas pessoas carbonizadas. A estrada ficou interrompida, das 10h30 às 15h45. Uma hora depois, voltou a ser fechada. Poucos quilômetros adiante, um carro bateu atrás de um caminhão.

O motorista morreu na hora. O acidente causou 10 quilômetros de lentidão na pista que leva a Curitiba e de 20 na contrário. A Mogi-Bertioga foi palco de outra tragédia. O tombamento de um ônibus de turismo matou três pessoas e deixou 51 feridos. Entre os mortos, estava o pequeno João Victor da Silva, de 6 anos. Além dele, morreram o adolescente Dalvan Silva Farias, de 16 anos, e Anete Nunes Pereira. O acidente aconteceu às 7h30, no quilômetro 83 da estrada.

O ônibus – que saiu de Itapevi, Grande São Paulo, de madrugada e seguia para São Sebastião, litoral norte – era fretado. Mas, segundo a polícia, o veículo não tinha autorização da Artesp para fazer a viagem, sua vistoria estava vencida e carregava um número de passageiros acima do permitido. “Os gastos com acidentes de trânsito que inclui resgate e tratamento médico são de R$ 22 bilhões ao ano”, diz Bicalho, superintendente da ANTP.