Acidentes de trânsito são a segunda causa de mortes no Brasil. Este simples dado bastaria para alertar legião de condutores em todo o País acerca da gravidade de um problema que muito mexe com os cofres públicos, um problema já considerado de saúde pública. Em 2006, foram 123.061 internações – sendo a maioria delas ocorrida por atropelamentos (41.517), seguidos pelos acidentes com motociclistas (34.767) -, que custaram R$ 118 milhões ao Governo Federal.
No mundo, o trânsito é o que mais mata entre os jovens [a maioria com idade entre 10 e 24 anos]. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 100 milhões de pessoas ficaram feridas em acidentes de trânsito, que, somente no ano passado, vitimaram 1 milhão de pessoas. Os médicos dizem que a gravidade dos casos tem aumentado ano após ano, enquanto os psicólogos reportam-se à elevada auto-estima do jovem como um dos fatores determinantes quando estimulados pelo consumo excessivo de bebida alcoólica.
No Brasil, 81,5% das vítimas no período foram homens; e em cada 10 acidentes, sete saem feridos. Segundo relatório do Ministério da Saúde, em três anos, o número de mortes em acidentes subiu de 32.753, em 2002, para 35.753, em 2005, um crescimento de quase 10%. Os números de 2005 equivalem a 97 mortes por dia. O estado que liderou o ranking de mortes naquele ano foi Santa Catarina, com 32,3 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes. As faixas etárias mais afetadas foram as dos 20 aos 39 anos (45%) e dos 40 aos 59 anos (26%), totalizando 25.375 óbitos entre os 35.753 registrados em 2005.
Dados da pesquisa “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras” mostram que Alagoas gastou, entre julho de 2005 e junho de 2006, R$ 300 milhões somente com vítimas de acidentes – sendo 67% nas rodovias estaduais e 33% nas federais. Com isso, o custo médio por vítima chegou a R$ 70, bem maior que a média nacional, que foi de R$ 58, valor correspondente a três meses de arrecadação de ICMS, chegando à impressionante cifra de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). É o terceiro maior número do Nordeste, onde Alagoas fica atrás apenas de Ceará e Maranhão.
E os números exigem eficácia nas providências. Em 2006, segundo o DER, foram registrados 821 acidentes nas rodovias alagoanas, sendo que praticamente metade deles apresentou vítimas.