Coletes com identificação luminosa foram entregues ontem à tarde em evento fechado à Imprensa e flagrado por A CRÍTICA. Equipe foi expulsa do local pelo presidente do sindicato

Cerca de 850 coletes foram entregues na tarde de ontem aos mototaxistas sindicalizados da cidade na Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiros Militares, na Cidade Nova, Zona Norte. Apesar da categoria ainda não ser regulamentada na cidade, o presidente do Sindicato dos Mototaxistas do Estado do Amazonas (Sindimototaxi), Robson Diniz, afirma que o material foi confeccionado pela entidade e que custou cerca de R$ 15 mil, porém, fontes de A CRÍTICA contestam enfatizando que os coletes foram doados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AM).

A diretora-presidente do órgão, Mônica Melo, esteve na entrega dos coletes, por volta das 15h30, sendo aplaudida pela categoria. Porém, ao perceber a presença da imprensa ela teria solicitado aos mototaxistas a retirada dos jornalistas para que não presenciassem o início da reunião, quando fez declarações sobre a regulamentação da profissão. A reportagem ficou do lado de fora do prédio escutando as manifestações.

A favor

Em seu discurso, Mônica declarou ser a favor da regulamentação dos mototaxistas, porém, com segurança. “Somos a favor da regulamentação da categoria, assim como é a dos motoboys. Mas defendemos que essa prática deve ser feita com responsabilidade”, ressaltou ela, referindo-se ao uso constante do capacete, da proibição de transportar crianças menores de sete anos como ainda da obrigatoriedade de trafegar com apenas um passageiro por motocicleta.

Já o presidente do Sindimototaxi, Robson Diniz, afirmou que o encontro era um momento histórico para a categoria. Também pediu que todos os mototaxistas presentes com máquinas fotográficas não divulgassem as fotos para a imprensa. “Guardem bem as suas máquinas e não façam delas um comércio. Isso aqui é um momento histórico. Vocês me entenderam?”, disse ele, puxando em seguida uma oração em agradecimento a Deus por tudo que a categoria já conquistou.

Os portões somente foram liberados à imprensa quando Mônica saiu do local, que evitou falar com a reportagem saindo pelos fundos do prédio. “Ela não queria a mídia por perto. Não quer queimar o Detran”, disse um mototaxista, que preferiu não ter o nome revelado, com medo de represálias.

A CRÍTICA tentou localizar a diretora do Detran pelo telefone 9116-17XX, mas o mesmo encontrava-se desligado até o fechamento desta edição. No entanto, a assessoria de comunicação do órgão repassou release informando que Mônica foi ao encontro proferir uma palestra que teve como finalidade conscientizar a categoria para a responsabilidade do condutor de motocicletas no trânsito.