Em Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Militar, há apenas quatro bafômetros. São da 1º Companhia de Trânsito Independente. Para Andréa Mendes de Souza Abood, da Delegacia de Acidentes de Veículos (DeAV), o mais importante é a aplicação da lei. “A medida é muito boa, mas precisamos de meios para ser efetivada. É uma proposta rígida que a sociedade precisa. Recebemos, por mês, 1,6 mil ocorrências de trânsito. Mas para ter sucesso é necessário criar estrutura”, diz a delegada.

O escultor Ricardo Afonso, de 59 anos, reconhece que, quase diariamente, dirige depois de beber cerveja. “Infelizmente, a prática é comum em BH. Por isso é que a lei se torna importante. Para mim, uma garrafa não é nada, mas para outros é sinônimo de acidente. Graças a Deus, nos 40 anos que dirijo, nunca me envolvi em batidas, mas há exemplos de sobra de quem bebe, pega o carro e mata alguém”, diz.

A rotina de beber e dirigir não é diferente para o autônomo Pedro Marcos Rodrigues, de 49. “Apesar de muito radical, concordo com a medida. Acho injusto não poder tomar minha cervejinha, mesmo que pouca, e depois ir para casa de carro. Mas, se é para salvar vidas, vale a pena. Agora, vou pensar duas vezes antes de dirigir alcoolizado”, promete.

O estudante Lucas Castor Borges de Pádua pensa o mesmo: “Quem não deve, não teme. É justo multar aqueles que não querem fazer o exame no bafômetro. A decisão é polêmica, mas é só mexendo no bolso que a pessoa acorda.”