O Corpo de Bombeiros de Marília e a Faculdade de Medicina e Enfermagem da Unimar realizaram ontem, no campus universitário, uma simulação de emergência com grandes proporções. A manobra envolveu 107 pessoas, ente estudantes e bombeiros. O cenário simulado foi um local público, onde um ônibus desgovernado teria atropelado vários participantes de uma passeata. Para complicar ainda mais a situação fictícia, dois veículos atingiram a traseira do coletivo. Três pessoas morreram e 30 ficaram feridas.
Treinar mobilização rápida, organização e ação coletiva, segundo a coordenação da iniciativa, foi o principal objetivo da simulação. De acordo com o tenente coronel Marco Antônio Carchedi, comandante do 10º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a corporação está bem treinada para o resgate individual, mas pode não ter o mesmo preparo se ocorrer uma grande emergência.
“Pretendemos com esse treinamento extrapolar os desafios do serviço operacional. Simulamos uma situação com a qual, felizmente, não estamos acostumados. Embora o acidente fictício de hoje seja raro, temos que estar preparados”, destacou o comandante dos bombeiros.
Foram mobilizadas 15 viaturas, incluindo veículos de resgate e combate a incêndio. O suposto atropelamento, seguido de engavetamento com vítimas em ferragens, demandou o consumo de 20 mil litros de água e vários suprimentos normalmente usados em resgate. Os bombeiros improvisaram no campus um posto avançado de comando, distribuíram crachás para voluntários e atendentes, fizeram triagem de vítimas de acordo com a suposta gravidade e simularam o encaminhamento aos hospitais.
Carchedi frisou a parceria com a Unimar e o aprendizado mútuo. Segundo ele, na situação de emergência, cada um terá sua atribuição. “Com organização, todos poderão ajudar sem provocar tumultos. Hoje eles (alunos) participaram como vítimas, voluntários, médicos e enfermeiros. Aprendemos com eles e tivemos a oportunidade de transmitir conhecimento”, avaliou o oficial.
A professora Patrícia Oishi, uma das responsáveis pela disciplina Urgência e Emergência, destacou a importância da capacitação como atividade prática. Segundo ela, a simulação feita com a estrutura do Corpo de Bombeiros aproxima o aluno de um cenário possível, quando ele estiver no mercado de trabalho.
Aluno do 5º ano do curso de Medicina, Edmir Sia Filho observou que a simulação deve fazer parte da formação acadêmica. “Mesmo os especialistas, atuam ou já atuaram em pronto-socorro. O conhecimento da universidade é mais completo se houver práticas como esta”, afirmou.