As péssimas condições da estrada levaram os usuários anunciar a interdição por tempo indeterminado
O protesto contra o abandono da BR-174 está marcado para amanhã, dia 02, na ponte sobre o rio Urubu, quilômetro 99, um quilômetro antes de Presidente Figueiredo, no sentido Manaus/Boa Vista. A manifestação por tempo indeterminado foi comunicada aos dirigentes do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (DNIT), à Polícia Rodoviária Federal e usuários da rodovia.
A precariedade da estrada vem sendo denunciada há vários meses. Atoleiros e buracos são incontáveis. As tentativas de conserto ganharam apelido popular de “obra sonrisal” (derrete com o primeiro pingo). Frotistas ou não, donos de veículos se dizem fartos de prejuízos diversos e extenuados por longas horas dirigindo para vencer pequenas distâncias.
A interdição da rodovia vem sendo organizada pela chamada “Comissão de Usuários” e acontece um mês depois da advertência realizada no dia 02 de julho. Para o bloqueio de amanhã, os manifestantes fizeram uma pauta com quatro reivindicações: 1) Presença ao ato do presidente do DNIT; 2) Presença de representante do Ministério dos Transportes; 3) Presença dos deputados federais e 4) Presença dos senadores.
Deputado estadual e dono de uma empresa de transporte de passageiros, Remídio Monai diz entender as dificuldades que a população de Roraima pode passar, mas não tira a razão dos manifestantes. Argumenta que no trecho do Amazonas as chuvas pararam faz mais de 30 dias e as empresas não estão trabalhando na recuperação da estrada.
“Se a estrada for fechada, poderemos ter problema de desabastecimento de alguns produtos. Mas, todo o trecho de Manaus até Boa Vista está péssimo. Faz alguns dias nas proximidades de Rorainópolis carretas eram puxadas de atoleiros com cabos de aço. Nós fizemos vários alertas sobre a situação, aí se alegava que as chuvas não permitiam a recuperação”, declarou.
O deputado disse ter sido informado que o secretário estadual de Infra-Estrutura tem feito contato com dirigentes de empresas para retomarem os trabalhos. “Mas elas são de outros estados e durante o inverno levantaram acampamento. Soube que suspenderam os pagamentos dessas empresas até que elas voltem a trabalhar e dêem solução a esse problema crítico da BR-174”, destacou Remídio Monai.