Há crateras no meio do caminho
Chegar em Sinimbu ou Monte Alverne se tornou um desafio para os motoristas. Tanto a RSC-471 quanto a RS-418 estão repletas de buracos que, além de poderem causar acidentes, provocam uma série de danos mecânicos aos veículos.
A situação das duas rodovias faz com que constantemente os moradores se queixem quanto à falta de manutenção. Foi na espera de providências que no dia 23 de agosto a comunidade de Rio Pardinho, na RSC-471, viu o motociclista João Leonir Cavalheiro morrer depois de ter desviado de um buraco e colidido com um caminhão.
O acidente chegou a motivar uma operação emergencial coordenada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) na região perto da ponte sobre o Rio Pardinho. Entretanto, somente foram recapeados cerca de 200 metros. Nos demais 20 quilômetros até Sinimbu a situação continua cada vez mais complicada.
Na rodovia, onde diariamente passam muitos carros, ônibus e caminhões, o desafio é não cair em uma das crateras que se formaram nos últimos meses. A auxiliar administrativo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sinimbu, Fabiane Wojhan, percorre diariamente o trecho entre as duas cidades e vive perplexa com o estado da rodovia. “A situação está péssima. Em alguns pontos tenho que reduzir a velocidade ou quase parar o carro para conseguir passar”, reclama. Preocupada, ela cobra providências. “Será que vão esperar um novo acidente para dar continuidade às obras?”, questiona.
Essa preocupação chegou a ser expressa com a pintura de frases nos pontos mais críticos. Uma delas convida a governadora Yeda Crusius a ir até Sinimbu de carro para conhecer de perto a situação da pista. Outra pede que o Daer trabalhe com urgência.
PROTESTO
O agricultor Darcilo Hentschke, que reside há 40 anos naquela região, diz que o momento atual é um dos piores já verificados desde que a rodovia foi pavimentada há cerca de 10 anos. “Queria saber quais os critérios que estão sendo usados. Vieram aqui e trabalharam um pouco, mas foam embora deixando tudo abandonado”, reforça.
O discurso de indignação segue ao longo da rodovia. Os agricultores Giovane e Darci Alexander, residentes na região de Rio Pardinho, vivem em estado de alerta. “Parece que toda a hora vai ocorer um acidente. De noite a situação ainda se complica, pois fica difícil de enxergar a buraqueira”, diz Giovane. Outro morador, Gilmar Bartholomay, ressalta os danos causados nos veículos. Ontem ele teve que levar seu carro até a oficina para fazer balanceamento e geometria. “Por mais cuidado que se tome sempre acontecem problemas. Além da suspensão, a lataria fica danificada”, aponta.
Na RS-418, especialmente na região de Linha Santa Cruz, a realidade não é diferente. Lá os moradores e comerciantes se uniram e vão trancar a passagem de veículos a partir das 7h30 de hoje. O objetivo, de acordo com o presidente da associação de moradores, Antelmo Stoelben, é pedir que sejam realizadas melhorias naquele trecho.
PNEUS FURADOS
Na RSC-471 a comerciante Maria Borges é testemunha dos riscos causados pela buraqueira. Ela e o marido têm uma borracharia e constantemente precisam atender chamados de pessoas que têm os pneus de seus veículos furados. Na frente da casa da família, inclusive, há crateras que obrigam os condutores a trafegar na contramão. Alguns carros chegam a invadir o pátio de sua residência. “Fico com medo, pois tenho crianças em casa e podem ocorrer acidentes”, diz.