Excesso de buracos, falta de sinalização, pavimentação irregular e grande fluxo de veículos fazem da BR-153 uma das rodovias mais perigosas do País. Considerada a espinha dorsal do Brasil, por começar a sua trajetória no Rio Grande do Sul e finalizar no Pará, 703 km dessa rodovia são dedicados a Goiás. O fato de dar acesso às principais cidades do Estado faz com que a maioria dos condutores prefira a 153. Esta situação pode mudar caso as pistas não passem por reformar emergenciais.
Segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Newton Morais Souza, a 153 é a rodovia mais importante do Estado, mas também é uma das recordistas em acidentes. Em 2005, 97 pessoas morreram vítimas de acidentes em vários trechos da rodovia. Em 2006 este número caiu para 87. Só em janeiro deste ano, 145 acidentes foram registrados pela PR. Neles, seis pessoas perderam a vida e 96 ficaram feridas. “As condições das estradas prejudicam a viagem, mas a maioria dos acidentes acontece por imprudência do condutor.”
Campanhas de trânsito tentam conscientizar motoristas para a importância de manter a atenção durante as viagens. Segundo Newton, seis trechos precisam ser encarados com maior responsabilidade pelos condutores – Km 286 (Jardim Paulista), Km 302 (Rialma), Km 363 (Jaraguá) e Km 420 (Interlândia). Nestes locais os motoristas sofrem com buracos, trepidações, falta de sinalização e acostamento irregular. Apesar das operações tapa-buracos comandadas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), as equipes não conseguem manter as crateras cobertas por causa das chuvas constantes.
Já no Km 53 existe uma obra de duplicação da pista, próximo a Hidrolândia. O desvio criado para auxiliar os condutores tem causado muitos acidentes. Apesar da sinalização, os motoristas excedem a velocidade e saem da pista. Capotamentos também são freqüentes. No local, o movimento de carros é intenso e os buracos são freqüentes. No município de Professor Jamil até o trevo de Goiatuba, a situação preocupa a PRF. Neste trecho existem quatro mudanças repentinas para o motorista, ora a pista é dupla, ora simples.
O trevo de Buriti Alegre (Km 667) sofreu alterações com o excesso de chuvas. A pista estava em boas condições até começar uma infiltração por baixo da malha fina. A situação criou muitos buracos na rodovia, o que tem dificultado o tráfego no local. A assessoria de comunicação do Dnit avisa que existe equipe de plantão. Além disso, o trecho está sinalizado, mas as obras não foram concluídas. A solução do problema é uma nova capa asfáltica, que será refeita depois do período chuvoso.
O tráfego intenso no trevo de Piracanjuba (Km 555) e o tumulto causado pela construção de um viaduto têm tirado o sossego dos motoristas. Além da sinalização confusa, os buracos são freqüentes. Estouro de pneus e quebra de suspensão são os maiores incidentes.
“O fluxo de veículos pesados e de passageiros, as fortes chuvas, imprudência, buracos e a falta de sinalização aumentam o número de acidentes. Há pontos que operação tapa-buracos não resolve porque a pista tem mais de 40 anos”, conclui o inspetor.