Por decisão da Justiça, as famílias de “brasiguaios” que vivem às margens da BR-163, em Itaquiraí (410 km de Campo Grande), vão ter que se mudar.

O pedido foi feito pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que está ampliando a rodovia, e a determinação pela remoção foi expedida pelo juiz federal Joaquim Eurípedes Alves Pinto.

Agora, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) têm até 18 de novembro para procurar um local capaz de receber 600 famílias acampadas. A intenção, segundo o instituto, é achar um local de forma emergencial, mas em condições de saúde e segurança.

O prazo foi estipulado em audiência de conciliação realizada na semana passada, em Naviraí. Participaram da reunião, conforme a assessoria de comunicação do Incra, representantes de MPF (Ministério Público Federal), Justiça Federal, Ouvidoria Agrária Nacional, MPE (Ministério Público Estadual), prefeitura municipal de Itaquiraí e MST.

Ainda conforme a assessoria, o Incra está cadastrando as famílias do acampamento Antônio Irmão e já procura uma área para fazer o assentamento definitivo dos “brasiguaios”.

Liderança do MST em Mato Grosso do Sul, Egídio Brunetto criticou a decisão da Justiça. “A forma é truculenta. Eles estão somente às margens da rodovia”, afirmou.

Uma verdadeira cidade foi erguida às margens da BR-163. Fugitivos da violência no Paraguai, centenas de famílias moram debaixo de lonas em situações precárias e se tornaram um problema para Itaquiraí, que tem 17 mil habitantes e estrutura limitada.