Caminhões aproveitam a qualidade das estradas paulistas para acelerar e perder o tempo perdido em trechos esburacados e sem sinalização do trajeto. Durante as madrugadas, os veículos trafegam acima do limite e trazem riscos aos demais motoristas.

Nos primeiros quatro meses do ano, as principais rodovias de São Paulo tiveram aumento no número de acidentes com caminhões em relação ao mesmo período de 2009. No sistema Anchieta-Imigrantes, por exemplo, o crescimento foi de 27% (1.265 casos em 2009 contra 1.601 neste ano); nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, os acidentes aumentaram de 392 casos para 614 (crescimento de 57%).

Para quem tem menos peso e altura que os caminhões, as viagens sempre são tensas. “A madrugada é 140, 160 [km por hora]. Depois que as carretas pegam embalo, vão embora”, disse o segurança Sérgio Roberto dos Santos.

Os caminhoneiros sabem onde estão os radares e os postos da Polícia Rodoviária, e não encontram dificuldades em driblar a fiscalização. As concessionárias que administram as estradas dizem que, com o aquecimento da economia, há mais caminhões e, por isso, mais acidentes.

O piloto de testes César Umhani aconselha: “Tenha medo e respeito pelo caminhão.” Para ele, o motorista de carro deve evitar ficar muito próximo das carretas. “Muitas vezes, o motorista de automóvel se sente ofendido pelo motorista do caminhão e começa a provocar. Isso não é o melhor caminho. Saia de perto, pois nessa briga com certeza quem sairá perdendo é o veiculo de passeio”, completou.