Elas estão fixadas para indicar direção, organizar e garantir segurança nas estradas. Contudo, muitas pessoas ainda costumam dar outras utilidades para as placas de trânsito. Quem circular pela rodovia Genésio Mazon, que liga os municípios de Urussanga, Cocal do Sul e Morro da Fumaça, por exemplo, pode até deixar passar despercebido um limite de velocidade ou a orientação de que é proibido ultrapassar, mas certamente não perderá os caminhos que levam aos bailes da região. A quantidade de cartazes sinalizando para festas chamar a atenção.

Em uma pequena distância a reportagem de A Tribuna pôde perceber pelo menos três exemplos seguidos dessa irregularidade. No primeiro caso, a placa indicando a proibição de ultrapassagem era acompanhada de um cartaz, com cores e letras chamativas para um baile. Um pouco mais adiante, a placa que sinalizava a velocidade de 40 quilômetros por hora servia também de base para outro cartaz de festa. Uns dez metros a seguir, uma placa estampava a indicação de que era proibido dobrar à esquerda e também anunciava outro baile.

Cartazes infringem Cógido de Trânsito

Problema nenhum teria se as propagandas não estivessem afixadas junto das placas, o que é proibido por Lei. O Código de Trânsito, em seu Art. 82, estabelece que “é proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização”.

O vendedor Adriano Terra, de 34 anos, utiliza diariamente as rodovias estaduais entre os trechos de Lauro Müller e Morro da Fumaça e confessa que esta é uma prática comum pela região. “São muitas e chamam bastante a atenção. Até já me distrai algumas vezes, mas nunca aconteceu nada de grave. Mas um colega meu, bateu porque estava olhando um desses cartazes e não viu a placa da lombada”, relata. Para o vendedor, o ideal seria uma fiscalização mais intensa por parte dos órgãos responsáveis. “Eles fiscalizam bem as documentações, poderiam fazer isso com as placas e com o trânsito em si, na mesma proporção”, sugere.

Fiscalização constante nas rodovias

Surpreso com a audácia de quem ainda pratica esta irregularidade, o gerente do Departamento de Infraestrutura de Criciúma (Deinfra), Lourival Pizzolo, diz que a fiscalização é constante. “Há poucos dias mesmo, já mandamos arrancar, mas as pessoas ainda têm este péssimo hábito. Isso é infração, e quem for pego pregando ou quem mandou pregar pode até mesmo ser preso por danificar o patrimônio público”, afirma. Segundo ele, além dos técnicos do Deinfra, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) também é responsável pela fiscalização.

Outra irregularidade cometida de forma rotineira é a colocação de placas, outdoors, faixas, entre outros, dentro da faixa de domínio do Deinfra. A faixa de domínio, segundo Pizzolo, corresponde a uma distância de 15 me- tros do eixo da rodovia até as margens nos dois lados da pista. “Para isso estamos estudando um projeto para cobrar a utilização deste espaço”, revela. Nos próximos dias uma equipe de técnicos do Deinfra vai passar pela rodovia Genésio Mazon e retirar os cartazes.