Avós e dois netos morrem em acidente na BR-070, no trevo que dá acesso a Nossa Senhora do Livramento e Poconé

O choque entre um ônibus e um veículo Pampa provocou a morte de quatro pessoas de uma mesma família na tarde de ontem, no trevo de acesso para as cidades de Poconé e Nossa Senhora do Livramento, na BR-070. As quatro vítimas fatais foram dois idosos e duas crianças, a mais nova com apenas 4 anos. O motorista e os 26 passageiros do ônibus, que atingiu o lado direito do Pampa, saíram ilesos.

A colisão aconteceu por volta das 15h30, quando o Pampa dirigido por Adelino de Almeida Barros, 74 anos, cruzou a rodovia na tentativa de seguir em direção a Poconé, a 104 quilômetros ao Sul de Cuiabá. O motorista, que havia saído de Várzea Grande, não teria observado o movimento contrário da pista e não notou o ônibus da companhia Viação Maia, que vinha de Cáceres (a 225 quilômetros) e seguia reto na rodovia. O ônibus colidiu com o lado do passageiro do veículo menor e o arrastou por mais de 40 metros.

Adelino resistiu por alguns minutos após o acidente, segundo um comerciante da região que acionou os bombeiros. O socorro demorou cerca de meia-hora. A esposa de Adelino, Elena Rosa de Moraes, de 66 anos, morreu na hora e ficou presa nas ferragens do carro completamente destruído. Ela só foi retirada no final da tarde, por volta das 18h. Pouco antes, foram retirados os corpos de Adelino e dos netos – Anderson, de 4 anos, e Deivison, de 6, ambos do filho mais velho do casal. Ele e a esposa só chegaram ao local do acidente pouco antes da saída do carro do Instituto Médico Legal. Seus dois filhos viajavam soltos na caçamba do veículo e morreram na hora.

O motorista do ônibus, Adenilton Batista Duarte, de 29 anos, afirmou que nada pôde fazer para evitar o acidente. Ele conta que dirigia despreocupado quando o veículo surgiu em sua frente após a passagem de uma carreta, que fazia o trajeto Várzea Grande a Cáceres. “Não consegui evitar. A pampa nem esperou e entrou na frente.

Adenilton seguia de Porto Velho (RO) para Goiânia (GO). Ele trabalha há seis anos como motorista. Há quatro, atua somente neste trecho, por onde passa pelo menos duas vezes por semana. Este foi seu primeiro acidente. A perícia criminal ainda deve concluir se houve imprudência do motorista de ônibus ou da vítima que conduzia o Pampa.

REVOLTA – O acidente provocou a revolta dos comerciantes e moradores da região, que agora planejam interditar a rodovia enquanto mudanças estruturais não forem realizadas no trevo. Cansados dos freqüentes acidentes, eles reivindicam a troca do atual sistema de acesso por uma rotatória. O comerciante José Carlos Prado, de 42, possui uma venda na região e é um dos que propõem a interdição da rodovia para chamar a atenção das autoridades. “Não passam 15 dias sem acidente aqui”, contabiliza. O transportador de combustíveis Marcelo Rosa Guerra, de 39, passa frequentemente pelo trecho e complementa. “Tem que ter rotatória, quebra-molas. Mas enquanto estiver morrendo só gente pobre, ninguém vai fazer nada”.