Cinco passarelas devem ser construídas, a partir deste semestre, entre os quilômetros 12 e 26 da rodovia Santos Dumont (BR-116). O trecho abrange a Região Metropolitana de Fortaleza e tem índices considerados altos de morte por atropelamentos: entre 2006 e 2007, foram 15 vítimas. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) quer abrir o processo licitatório em 60 dias, atendendo a uma reivindicação dos moradores. A superintendência regional do órgão estima que as obras custem cerca de R$ 11 milhões.
Uma comissão composta por moradores da comunidade Jabuti, que pertence aos municípios de Eusébio e Itaitinga, reuniu-se ontem com o superintendente do Dnit/CE, Guedes Neto. A comunidade localiza-se à altura do quilômetro 20 e a rodovia divide as duas cidades. Para reduzir a velocidade dos veículos e facilitar a travessia dos pedestres, a população resolveu obstruir, com cones, metade de cada sentido. “Se não fosse isso (cones), mais gente teria morrido. O horário que mais passa carro, de manhã, é justamente a hora que as crianças precisam atravessar para ir à escola”, comenta Maria do Carmo Mateus, 48, proprietária de um restaurante em frente à obstrução.
A construção das passarelas, segundo Guedes, estava prevista na duplicação da BR, mas a empresa licitada requereu um realinhamento no valor das passarelas. O Dnit, ele diz, rejeitou a proposta e está fazendo o destrato amigável. “A gente quer, em junho, depois da licitação, dar a ordem de serviço. Essa cobrança dos moradores é justíssima e urgente”, comenta o superintendente. Os R$ 11 milhões incluem a reestruturação de um posto rodoviário no trecho, prejudicado com a duplicação. Atualmente, o projeto está em fase de elaboração.
Desde a duplicação, os moradores já fecharam a BR cinco vezes à altura do Jabuti, em forma de protesto. Eles reclamam que, com a duplicação, o fluxo de veículos passou a pôr em risco a vida dos pedestres. “Você vê que, antes, a travessia era curta. Agora, além de ser maior, é mais difícil porque são mais carros”, diz o líder comunitário Francisco Costa.
Duplicação
O Dnit quer, ainda em junho, concluir a duplicação até o quilômetro 50, à altura de Pacajus. Segundo Guedes Neto, resta um trecho de três quilômetros. Ele adiantou que o órgão estuda a viabilidade de duas ou três passarelas entre os quilômetros 26 e 50.