De acordo com um levantamento da Austing Rating, entre os 28 setores de atividade econômica considerados, aquele com maior rentabilidade em relação ao patrimônio líquido das companhias foi o de administração e concessão de rodovias. Seu resultado apurado, entre janeiro e setembro do ano passado, foi de 33,9%. O cálculo baseia-se nos dados dos balanços das companhias do segmento cujas ações são listadas na Bolsa.

Para o estudo, parte dos resultados pode ser atribuída à privatização das principais rodovias estaduais, ocorrida na metade da década passada. “A maior parte dessas rodovias estava em condições relativamente boas de uso, não precisavam de grandes investimentos. O fato de o preço por quilômetro ser um dos maiores do mundo, torna natural que os índices de rentabilidade sejam elevados”, conclui o relatório.

A principal companhia do segmento listada na Bovespa é a CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), cujo lucro líquido no ano passado alcançou R$ 583 milhões, valor 6% maior que em 2006. A apresentação dos resultados da concessionária indicaram que dois fatores impactaram positivamente o desempenho da companhia – que administra os consórcios ViaOeste, Nova Dutra e AutoBan.

Um deles foi o aumento do tráfego de veículos durante o ano passado. O movimento nas rodovias administradas cresceu 6,2% em 2007. O outro fator a que pode ser atribuída a boa rentabilidade é o aumento da base de clientes que utilizam o “sem parar”, mecanismo eletrônico de pagamento de tarifas de pedágio em estradas. Levando-se em consideração apenas os números do 4º trimestre de 2007, os usuários dessa plataforma somaram 908 mil. Em 2006, eram 678 mil.

Concentração
Segundo os dados da Austing Rating, o setor de bebidas e fumo ocupou o 2º lugar entre os mais rentáveis, com 32,5%. A concentração dos segmentos explica, para a empresa especializada em classificação de riscos, a elevada margem de retorno das companhias no ano passado. O crescimento dos níveis de emprego e renda da população foi outro fator que impactou positivamente esses segmentos, bastante sensíveis a esses indicadores. No período que incluiu os anos entre 2005 e 2007, a renda média do País registrou alta de 8,8%.

A Ambev, maior cervejaria da América Latina, anunciou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no último quadrimestre de 2007. O valor foi 25% superior aos R$ 902 milhões apurados em igual período comparativo de 2006.

O resultado esteve acima do projetado por corretoras que analisam a empresa e seus papéis. É o caso da Ágora, cujo relatório comentando o balanço da companhia recomenda a compra de suas ações na Bovespa.