A Assembléia Legislativa do Paraná aprovou ontem, em regime de urgência, a proposta do governo do Estado que permite à Companhia Paranaense de Energia (Copel) participar dos leilões de concessão de rodovias federais que passam pelo Estado. Contrário à cobrança de pedágio, mas sem conseguir fazer com que sua tese fosse vitoriosa, o governador Roberto Requião (PMDB) enviou o projeto à Assembléia com a intenção de garantir um valor menor na tarifa a ser cobrada dos usuários. A Copel deve encerrar até o fim deste mês estudos de viabilidade para definir se efetivará a participação.

Pela proposta, o Estado e a Copel podem se associar à iniciativa privada para formar uma empresa mista, desde que a Copel Empreendimentos seja a majoritária. O governo tem em vista os trechos da BR-116, de Curitiba a São Paulo (seis praças); da BR-116, entre Curitiba e o Rio Grande do Sul (cinco praças); e da BR-376 e 101, de Curitiba a Florianópolis (cinco praças). As tarifas máximas para carros de passeio nesses trechos devem ficar entre R$ 2,68 e R$ 4,18. O leilão está marcado para o dia 9 de outubro, com apresentação de propostas entre os dias 1º e 4

Em audiência pública realizada na Assembléia, na semana passada, o secretário dos Transportes, Rogério Tizzot, garantiu que não haverá qualquer risco de prejuízo para a Copel. “Vamos estabelecer a tarifa mais baixa possível, mas que também garanta rentabilidade para a empresa a ser formada”, afirmou. Segundo o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), a participação da Copel vai “modificar a estrutura tarifária que está sendo articulada pelas grandes empreiteiras do Brasil.”

Os investimentos totais previstos para os trechos que o governo do Paraná tem interesse são de R$ 4,5 bilhões no prazo de 25 anos de concessão. “Se o Requião tivesse certeza do que está fazendo, ele estaria apresentando aos parlamentares com quem estaria organizando essa empresa de economia mista”, reclamou o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB). “Quem são os sócios? Até o presente momento não vi ninguém se apresentar.” Apenas sete deputados votaram contrariamente à aprovação do projeto.