Entrou em operação o projeto Pista Experimental, na Estrada Velha Campinas-São Paulo (SP-332), pioneiro no Brasil que irá servir de laboratório para pesquisas de conservação, construção, pavimentação, segurança e operações de rodovias. Os trabalhos são resultados de uma parceria entre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Universidade Presbiteriana Mackenzie e iniciativa privada. O trecho experimental está localizado entre os bairros de Joapiranga e Recreio dos Cafezais, próximo ao Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos.

O projeto de pavimentação de toda essa rodovia seria uma alternativa para quem não quer utilizar as vias Anhangüera e Bandeirantes, sentido Capital, mas a obra ainda está no papel, dependendo de licitações e sem previsão de início. A pista experimental funciona no acostamento da estrada, no trecho que ainda permanece sem asfalto e em apenas seis quilômetros.

A área já recebeu testes de pavimentação esta semana. De acordo com o professor da escola de engenharia civil do Mackenzie e coordenador do projeto, João Virgílio Merighi, a parceria inédita ajudará a estabelecer normas de construção e produção e incentivar novas tecnologias. A primeira experiência foi a avaliação da perda de água por evaporação do solo-cimento, um material compactado utilizado em 90% das construções de estradas do País.

“Esse é um começo para que o País tenha enfim normas técnicas, e se transforme em exportador de novas tecnologias. No Brasil, alguns produtos utilizados na construção de estradas não possuem um bom desempenho. Vamos testá-los e procurar um melhor caminho para que ele atenda a níveis de qualidade”, afirmou Merighi.

As pesquisas são coordenadas por Merighi e pela professora Rita Moura Fortes, também da escola de engenharia do Mackenzie. Os dois especialistas em solos foram aos Estados Unidos conhecer os trabalhos que são feitos em rodovias e criaram o Pista Experimental, inspirados em modelos de testes norte-americanos de Nevada, Atlantic City e Auburn.

Um dos problemas da falta de pesquisa nesse campo foi exemplificado por Merighi nos acidentes de carros em rodovias. “Muitos acidentes ocorrem porque o motorista não conseguiu parar o carro por falta de aderência no asfalto. Geralmente, essa situação acontece em dias de chuva. Nesse casos, deve ser avaliada a parte mecânica do carro, a responsabilidade de quem estava dirigindo e também as condições da pista. Mas dificilmente isso ocorre. A culpa é sempre do motorista”, afirmou Merighi.