Na próxima quarta-feira (6), a Câmara dos Deputados vai fazer uma audiência pública para discutir a convocação feita pelas empresas para reparar defeitos de fabricação, o chamado recall. No Brasil, nem sempre os motoristas tomam conhecimento dessas convocações.

São 28 milhões de carros rodando nas estradas brasileiras. Desses, em torno de 5,3 milhões têm defeitos de fabricação e deveriam passar pelo recall. Mas, ao que parece, a comunicação entre fábricas e consumidores não está sendo bem feita.

Os proprietários de dois milhões deles nem têm idéia do problema, como Paulo Roberto, que comprou um táxi usado com um defeito logo no cinto de segurança, um problema comum em cerca de metade dos carros que passam por um recall.

“Viajo bastante e estou sempre na rua, então fiquei com medo do cinto por não ser tão eficaz. Vou procurar fazer a substituição o mais rápido possível pra minha segurança e do meu passageiro.”

Cerca de meio milhão de vítimas no trânsito
Para um país em que o trânsito faz cerca de meio milhão de vítimas por ano, qualquer melhoria na segurança é fundamental.

Uma idéia aplicada em outros países é que fosse criado um banco de dados com os veículos que necessitassem de recall fossem cadastrados. E para vender, passar pela vistoria ou legalizar o veículo fosse consultado se o carro já passou pelo conserto. A idéia não é nova, existe no Brasil desde 2004, só falta pôr em prática.

O Conselho Nacional de trânsito está estudando uma forma de tornar esse controle obrigatório. “A primeira forma, mais simples, seria o próprio Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) receber essa informação, repassar aos Detrans (Departamento Estadual de Trânsito) e fazer com que no momento de licenciamento de um carro aparecesse da mesma forma que aparece uma multa, de que tem uma convocação e que o proprietário tem que comparecer imediatamente”, explicou Rodolfo Rizzotto, da ONG SOS Estradas.

As quatro maiores montadoras do Brasil, Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen, afirmaram que fabricam e testam todos os automóveis obedecendo a padrões de segurança adotados em todo o mundo e que cumprem a legislação ao anunciar o recall nos principais veículos de comunicação.