Jonas da Silva, desempregado, passa os dias cobrindo com terra os muitos buracos que deterioram a MS-386, que liga Amambai a Ponta Porã, último trecho da rota que ficou conhecida por Guaíra-Porã (parte de Guaíra, na divisa com o Paraná, até a cidade fronteiriça). O rapaz mora em Amambai, mas seus familiares vivem em um assentamento rural no município de Tacuru.

Ele conta que os motoristas, agradecidos, costumam deixar algumas moedas, e com isso tira para seu sustento. Todos os dias prende uma carriola na garupa da motocicleta, com enxada e pá, e sai à procura do melhor ponto para fazer o serviço .

“Muitos motoristas passam direto, mas vários deles param, elogiam meu trabalho e criticam a falta de ação do Governo do Estado para resolver do problema”, disse o rapaz à reportagem do site A Gazeta News, de Amambai. Ele garante que fatura em média entre R$ 25 e R$ 30 por dia com as doações.

A manutenção das rodovias da região, antes realizada por funcionários da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), agora está a cargo de uma empresa terceirizada, contratada pelo governo do Estado exclusivamente para esse fim. Porém essa empresa, pelo visto, não da conta de manter as rodovias, principalmente a Guaira-Porã, uma das principais rodovias para o escoamento da safra da região de fronteira com o Paraguai, em condições adequadas de rodagem.

O trabalho de “tapa-buracos” realizado pela empresa é realizado de forma lenta, por conta disso, o asfalto já castigado pelo longo tempo de uso sem uma ação de recuperação adequada, acaba se deteriorando com rapidez e quando a equipe de manutenção conclui o trabalho “paliativo” em um determinado trecho, o trecho recuperado anteriormente já está em condições precárias novamente.