DOURADOS – A nova diretoria do Detran está analisando a situação das lombadas eletrônicas inativadas em vários municípios de Mato Grosso do Sul.

A reativação do sistema não deveria passar de fevereiro de 2006, mas o novo processo licitatório, aberto em dezembro de 2005, emperrou com uma disputa judicial entre as três empresas que disputam a concorrência.

O diretor executivo do Detran, Coronel Libório Francisco Silveira, disse ontem ao O PROGRESSO que a atual diretoria do órgão inclusive não descarta a possibilidade de abrir uma nova concorrência, para não prejudicar a segurança nas cidades e rodovias que cortam bairros.

O superintendente de Transportes e Trânsito, Oslon Estigarribia, explica que em Dourados, como também nos demais municípios, a implementação das lombadas eletrônicas foi possível graças um convênio entre as prefeituras e o Detran.

“Os custos de manutenção são altos e no Estado, só Campo Grande conseguiu licitar sem parceria com o Detran”, diz.

Em Dourados cada um dos 22 pontos, com duas lombadas, custavam em 2005 cerca de R$ 2.800. Um total de R$ 61.600, que em parte era recuperado com o dinheiro pago pelas multas. O aluguel dos equipamentos como também o montante arrecadado eram divididos meio a meio entre a prefeitura e o Detran, conta Oslon.

“Aos poucos, na medida em que as pessoas iam se acostumando, diminuíram as multas e também a arrecadação. No final, já não cobria os gastos. No entanto, para o município é interessante porque os custos decorrentes de acidentes no trânsito acabam saindo mais caro do que manter as lombadas”, analisa Oslon.

No ano em que foram desativadas, o número de ocorrências no trânsito aumentou cerca de 20%. “E acredito que vai reduzir na mesma proporção, quando as lombadas forem reativadas”, diz Oslon.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram quanto custa a falta de política pública para reduzir as mortes e os feridos em acidentes de trânsito, já considerados um problema de saúde pública no Brasil.

O estudo elaborado com dados referentes ao biênio 2004/2005 aponta que o custo médio associado a um acidente era de R$ 1.040 sendo R$ 36.305 para cada pessoa ferida e R$ 270.165 em caso de morte.

Ainda, segundo o Ipea e o Denatran, o custo total anual dos acidentes que ocorrem nas rodovias brasileiras é estimado em R$ 24,6 bilhões. Deste total, R$ 16,5 billhões são relativos aos gastos gerados nas rodovias estaduais; o restante, em rodovias federais. O estudo foi baseado em pesquisa de campo junto a pessoas envolvidas em acidentes ou parentes; informações dos bancos de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e nos relatórios de mortes e acidentes das polícias militares estaduais.