Após a colisão frontal registrada na noite de anteontem na Bauru-Iacanga, também conhecida como rodovia da morte, ontem duas pessoas continuavam internadas em unidades de terapia intensiva (UTI). Com politraumas, o passageiro da Saveiro, Fransciso Aparecido Barbosa, 38 anos, permanecia em estado regular no Hospital de Base.
Já o condutor do Escort, Aparecido Theodoro, 51 anos, era mantido na UTI do Pronto-Socorro Central (PSC). Numa reavaliação programada para a manhã de hoje, ele poderia receber alta, segundo a reportagem apurou. Theodoro assistiu à morte da esposa, Leni Gonçalves de Campos, carbonizada no local do acidente, quilômetro 351 da rodovia Cezário José de Castilho.
“Desceram umas três ou quatro pessoas, descarregaram o extintor, mas não resolveu. Ele pediu ajuda, tentava tirá-la. Já ela não falava nada, não gritou, acho que estava desmaiada. Em dez minutos pegou fogo nos dois carros. Ele ficou congelado, também não falava mais nada”, conta o encarregado de produção Adan Meneguetti, 32 anos, que dirigia a Saveiro.
Logo após a colisão, ele e o colega saíram do carro e, com muitas dores, deitaram no chão, conta. “Tentei tirar o carro do local, mas doía muito, não conseguia nem ficar em pé”, relata. Ele recebeu alta ontem pela manhã do PSC, onde foi atendido com fratura na clavícula e corte no supercílio. De acordo com Meneguetti, o fogo começou inicialmente no Escort.
O veículo teria tentado ultrapassar um caminhão em local não permitido, sentido Bauru-Iacanga, segundo o boletim de ocorrência registrado no plantão da Polícia Civil. Meneguetti transitava no sentido contrário, na Saveiro. “Quando o vi, ameacei ir para o acostamento. Ele deu uma chacoalhada como se também fosse. Mas voltou para pista e já bateu”, comenta o encarregado de produção.
O caso foi registrado como lesão corporal e homicídio culposo na direção de veículo automotor. As condições do acidente serão apuradas em inquérito policial instaurado, informa o delegado Dernival Mauto Inforzato. De acordo com ele, que atualmente também responde pelo 2º DP, testemunhas serão ouvidas e laudos, analisados.