Dnit prevê que nova exigência do Ibama não atrasará construção de pistaPrincipal via de escoamento da produção do Vale do Taquari, a rodovia Tabaí-Estrela (BR-386) está prestes a ver o início da duplicação de um trecho considerado crítico por moradores, autoridades e pelos motoristas que circulam na via. Os 33,5 quilômetros de pista simples entre os municípios de Tabaí e Estrela devem ter máquinas e homens trabalhando até o fim deste mês, representando o início de um período de três anos de obras.

Com a licitação definida, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aguarda agora a liberação da licença de instalação para que o consórcio liderado pela Indústria, Comércio e Construções Ibagé (Iccila) possa dar início à obra.

A expectativa do superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, Vladimir Casa, é de que a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) saia nos próximos dias, permitindo o início da obra ainda em julho. Ontem, o instituto fez novas exigências ao Dnit para a liberação, o que deve ser solucionado em três semanas.

– Para nós, é uma obra encaminhadíssima. É apenas uma questão de dias para começar. Como é uma obra do PAC, há uma garantia orçamentária do governo – explica Casa.

O investimento do governo federal é de R$ 147,4 milhões. O presidente da Comissão Pró-Duplicação da BR-386, Ney Lazzari, destaca que a rodovia é estratégica para o desenvolvimento do Estado, por servir como corredor de escoamento de 30% da produção primária gaúcha, especialmente soja.

Com a conclusão da duplicação, a tendência é aliviar o trânsito na rodovia Pelotas-Caxias do Sul (BR-116). O trecho entre Tabaí e Canoas já está duplicado. Lazzari projeta que a obra ainda deverá resultar na atração de investimentos para o Vale do Taquari.

– Com a obra finalizada, vão surgir espaços para a expansão industrial. A expectativa é que empresas se instalem ao longo da BR-386. Para isso, a região precisa de infraestrutura. Se não tem, não é vista – diz Lazzari.

A nova pista também deverá reduzir o número de tragédias na via entre Tabaí e Estrela, por onde passam 11 mil veículos por dia, em média. Entre janeiro de 2008 e junho de 2010, pelo menos 25 pessoas perderam a vida no trecho de pista simples que começará a ser duplicado, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal. No mesmo período, ocorreram 403 acidentes, com 87 feridos graves.