Após longa paralisação, DER retoma o projeto de duplicação da Via Costeira

Depois de quase dois anos paralisado, o projeto de duplicação da Via Costeira foi retomado pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Ele está em fase de consulta pública e pode ser analisado por qualquer pessoa na sede da Prefeitura. A informação foi confirmada pelo engenheiro Manoel Marques, chefe da divisão de Estudos e Projetos do DER. Uma audiência pública sobre o assunto está marcada para 18 de julho.

A demora para continuar o projeto decorre de uma determinação do Ministério Público (MP) para realizar um estudo de impacto ambiental (EIA) e a elaboração posterior de um relatório — só agora concluídos — descrevendo todas as consequências que podem acarretar as modificações na Via Costeira.

Segundo Manoel Marques, na última vez que o DER entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), o projeto tinha sido submetido à análise de outro órgão municipal, a Secretaria de Trânsito e Transporte Urbano (STTU) para a verificação de fatores como acessibilidade às praias, a localização das paradas de ônibus e informações sobre o fluxo de carros.

Apesar de entender que não havia a necessidade de um EIA para o projeto, Manoel Marques diz que ele foi feito para, além de prestar esclarecimentos, evitar novas dúvidas por parte das entidades ambientais.

O início das obras da duplicação, em 31 de junho de 2006, não agradou a ambientalistas por causa da maneira como estavam sendo retirados os coqueiros da lateral da ciclovia. O presidente da Associação Potiguar Amigos da Natureza (Aspoan), Francisco Iglesias, formalizou uma denúncia ao MP.

Um dia depois de arrancados os primeiros coqueiros, o Diário de Natal, noticiou que o órgão estadual (DER) tinha feito o procedimento sem estar com o documento de licença ambiental. Uma equipe da Semurb solicitou o documento à EIT, construtora responsável pela duplicação, mas ela não o possuía. A Semurb embargou a obra no mesmo momento. Aproximadamente 800 coqueiros já haviam sido retirados do trecho com início no hotel Ocean Palace até próximo do hotel Sehrs.

Na época, o presidente do DER, Jáder Torres, tinha cosiderado o embargo indevido. Ele argumentou que, por se tratar de uma rodovia estadual, não seria necessário esse tipo de documentação.

Ciclovia

Um dos aspectos mais controversos durante os debates nas audiências públicas foi a localização da ciclovia. O DER pretendia que ela fosse para o outro lado da pista, ao lado do Parque das Dunas, área de proteção ambiental. Porém muitos usuários protestaram e solicitaram que ela permanecesse no local onde está, margeando a calçada dos hotéis.