Segundo a empresa, foi registrada a necessidade de um maior tempo para divulgar a ação, em conjunto com a Prefeitura de Curitiba

O acesso da discórdia na BR-277: fechamento adiadoO problema dos acessos laterais à BR-277 na região do Cajuru, que resultou em queixas freqüentes dos moradores e uma ação no Ministério Público, foi motivo de discussão ontem. A Ecovia, concessionária que administra o trecho, anunciou que iria interditar o acesso lateral no quilômetro 82 na manhã de hoje e a notícia foi recebida sob o protesto de moradores. No final da tarde, em nota oficial, a concessionária adiou a interdição do trecho para a segunda quinzena de agosto.

Segundo a empresa, foi registrada a necessidade de um maior tempo para divulgar a ação, em conjunto com a Prefeitura de Curitiba, sobre o caminho alternativo que os moradores e motoristas que circulam pela região deverão utilizar após o bloqueio. Com a nova configuração, o motorista que vem do Cajuru em direção à rodovia BR 277 seguindo pela Rua Vicente de Carvalho, deverá virar a esquerda, duas quadras antes de chegar a BR, acessando a Rua Salvador. Deste ponto, deve-se percorrer um trecho de aproximadamente um quilômetro, até chegar a Rua Teófilo Otoni, fazendo nova conversão à direita para o acesso a Rodovia BR 277 na altura do km 81.

A Ecovia solicitou o bloqueio do acesso do quilômetro 82 ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) por medida de segurança rodoviária. A empresa alega que a permanência do trecho aberto pode trazer risco aos motoristas que transitam pela região. Isso porque o tráfego é muito intenso e compromete a segurança dos motoristas e moradores.

Já os moradores do local apontam que a solução seria a redução de velocidade no trecho, e não o bloqueio. A via já existe há mais de 30 anos e é um dos principais pontos de acesso aos moradores. De acordo com o vereador Serginho do Posto (PSDB), que centraliza as reclamações dos moradores, há total necessidade de manter a via aberta pois ela dá acesso a pontos importantes da região. Ele afirma que jogar o trânsito para dentro do bairro é ainda mais perigoso.

O parecer técnico emitido pelo DER/PR, que foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná, concorda com o pedido da Ecovia. A Prefeitura de Curitiba, ciente da necessidade de bloqueio desde o início do ano, tomou providências para dar condições a outras ruas daquele bairro para receber o trânsito que acessava a rodovia pelo ponto que será bloqueado. Inclusive, as partes envolvidas – Prefeitura, Ecovia e DER/PR – assinaram em janeiro de 2008 acordo nesse sentido. As pendências entre moradores da região e a concessionária se arrastam desde 2006 e agora, por uma decisão unilateral, mais de 25 mil motoristas terão de desviar o caminho para dentro do bairro.”A decisão foi unilateral e deu parecer favorável ao fechamento da via sem uma discussão com a comunidade. Foi uma decisão bastante arbitrária por parte do DER, que não pensou da comunidade que será muito prejudicado, disse Serginho.

Outras queixas – As queixas dos moradores vão além do fechamento do acesso. No local, são observadas quatro passarelas. De acordo com o vereador Serginho, há a necessidade de pelo menos mais três porque, segundo ele, a distância entre elas é muito grande. Solicitam ainda que a Ecovia ajuste as agulhas de entrada e saída dos bairros, além da melhoria do sistema de drenagem e ajustes em pontos de alagamento.