Seu Wilson Mafiolette diz que só não fecha as portas de seu bar porque é teimoso. Cerca de 60% do movimento diário do estabelecimento, localizado na Vila Belmiro, ao pé da Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, acabou de um dia para o outro. O bar do Alemão, como é conhecido carinhosamente na Capital Catarinense das Montanhas e Águas Cristalinas, vive sem movimento há 28 dias. Ou seja: desde que o tráfego na SC-285 foi interditado devido à queda de barreiras. Com os fortes ventos e chuvas trazidos pelo ciclone no início do mês – que deixou boa parte do Extremo Sul debaixo d´água -, pedras de mais de dois metros de altura e de comprimento impedem que a cidade e demais municípios da região sigam com a rotina diária. A ligação com o estado vizinho do Rio Grande do Sul foi interrompida e a rodovia utilizada para o escoamento da produção foi abandonada.
Donos e funcionários de bares, lojas de roupas, mercados, farmácias, postos de gasolina e demais estabelecimentos de Timbé do Sul, e de municípios vizinhos como Turvo, amargam prejuízos. “O problema na Serra não prejudicou a economia: ele a derrubou. Cerca de 30% dos meus negócios eram feitos com os gaúchos. Agora, a maioria das obras ficou parada e, quando consigo vender material de construção para eles, sou obrigado a percorrer, só na ida, um trajeto cinco vezes maior para entregar as mercadorias”, destaca Cleudomar Boeira, construtor civil e proprietário de uma loja de materiais de construção. O caminho de 36 quilômetros que separa Timbé do Sul de São José dos Ausentes pela Serra da Rocinha teve de ser trocado, por seu Claudemar e demais comerciantes insistentes, pelo trajeto via Serra do Faxinal, que liga Praia Grande a Cambará do Sul, para não somar novos prejuízos.