Sete casos de explosões de modelos Vectra, da General Motors do Brasil, sendo dois deles em Mato Grosso nos últimos nove anos, ainda não sensibilizaram a montadora norte-americana a realizar um recall. Em quatro desses acidentes, os veículos explodiram sem nenhum motivo aparente. Num deles, ocorrido em agosto de 1999, próximo ao município de General Carneiro, na BR-070, morreram quatro pessoas, sendo três da mesma família, todas carbonizadas.

Os familiares de Antonio Salvino Pedemonte Araújo, Heronildes de Aquino Araújo, Ítala Pedemonte Araújo e Maria Dometila Pinto Gusmão entraram na Justiça para provar que a explosão ocorrera por falha na fabricação do veículo. A condenação da GM aconteceu oito anos depois pela juíza Amini Haddad Campos, da 9ª Vara Cível de Cuiabá. A sentença obriga a montadora a indenizar os parentes das vítimas e determinou que a GM deveria comunicar o consumidor sobre os riscos com o modelo Vectra.

A empresa recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso da condenação, ocorrida em julho do ano passado. Mas o Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, e com base na própria sentença da juíza, cobrou da GM a realização de um recall e depois abriu procedimento administrativo para apurar a sua não-realização.

A preocupação do Ministério da Justiça é também com as ocorrências dos outros seis casos de acidentes em que o Vectra pegou fogo, sendo que quatro deles em circunstâncias idênticas ao que matou os membros da família Araújo: os veículos pegaram fogo sem qualquer motivo aparente. Os casos foram relatados à Associação Brasileira de Vítimas de Acidentes de Trânsito.

Sem resposta

A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com as assessorias Jurídicas e de Imprensa da General Motors. A Assessoria Jurídica prometeu retornar, mas não o fez até hoje. A Assessoria de Imprensa, por meio do jornalista Carlos Augusto de Souza, atendeu a reportagem, mas pediu que as perguntas fossem enviadas por e-mail.