As lombadas eletrônicas de fiscalização da velocidade instaladas pelo governo federal na rodovia Fernão Dias, na região de Mairiporã (a 35 km de SP) e de Atibaia (a 60 km de SP), com a justificativa de reduzir as mortes na rodovia deixarão de funcionar definitivamente.

Nesses trechos da estrada, onde há limites adotados hoje de 50 km/h a 60 km/h, a velocidade permitida deve subir para até 90 km/h.

As mudanças, que podem enfrentar resistência de moradores da vizinhança e temor de alguns técnicos por conta da segurança viária, estão nos planos da concessionária OHL. A empresa assumiu há quatro meses a administração da rodovia Fernão Dias -que liga São Paulo a Minas Gerais. Segundo Omar de Castro Ribeiro Jr., diretor-superintendente da Autopista Fernão Dias (braço da OHL para operar a estrada), a intenção é fazer a alteração na rodovia ainda no final do ano, acompanhada da colocação de passarelas em alguns trechos.

Ela precisará, no entanto, da aprovação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) -que regula as concessões federais.

O Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), órgão federal que administra rodovias, confirma que as lombadas eletrônicas -que já estão atualmente inoperantes devido ao término do prazo contratual- serão retiradas.

Acidentes

A concessionária alega que a baixa velocidade existente nesses trechos da Fernão Dias provoca congestionamentos e até acidentes por conta da freada repentina dos veículos. “Tem gente que vê a placa de 60 km/h e vai a 40 km/h, quando daria para seguir a 90 km/h sossegado [na rodovia]”, afirma Ribeiro Jr.

Os trechos com baixa velocidade na estrada estão concentrados em pontos urbanizados, onde pedestres costumam atravessar.

A Folha visitou a Fernão Dias nos últimos dias e observou que existe no local uma escada colocada por moradores para pular a mureta existente no canteiro central de divisória das pistas.

Além do desconforto do asfalto irregular, chama a atenção na rodovia a falta de placas de sinalização e orientação. Uma placa que indicaria a proximidade do posto da Polícia Rodoviária na estrada estava quebrada ao meio.