A Funrio, organizadora do concurso público de 750 vagas na Polícia Rodoviária Federal, entrou com uma denúncia na Polícia Militar e deve encaminhar outra ao Ministério Público denunciando um tumulto que teria sido provocado por 40 inscritos para a prova no Rio de Janeiro.

Segundo a entidade, o incidente começou cinco minutos antes do fechamento dos portões, às 12h55, na Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, que esperava a presença de 8.195 inscritos para o teste. Naquele momento, 40 pessoas chegaram juntas a um local diferente do previsto para o exame e começaram a fazer tumulto. Eles foram levados a uma sala extra para que pudessem realizar a prova.

Ainda de acordo com a Funio, apesar do atraso e do “tumulto”, o grupo recebeu a opção de fazer o exame, mas se recusou e saiu do local, com ameaças de que entraria na Justiça para cobrar seus direitos.

Os organizadores não sabem explicar o que teria motivado a ação, apenas alegam que, no dia anterior, por meio do portal de internet receberam uma mensagem avisando que justamente naquele local haveria uma “manifestação com objetivo de impedir a aplicação das provas”.

A Polícia Rodoviária Federal e a Funrio elaboram um relatório com detalhes do ocorrido para auxiliar na investigação do caso.

A Prova

No domingo, foram aplicadas provas para 750 vagas na Polícia Rodoviária Federal em todos os estados, com exceção de Acre, Mato Grosso e Pará. O cargo é de policial rodoviário federal, com exigência de nível superior em qualquer área e carteira de habilitação categoria “B” ou superior.

Segundo a Funrio, houve 109.793 inscrições, que ocorreram das 13h às 18h, seguindo o horário de Brasília. Só no Rio de Janeiro, foram 11.914 candidatos.

A vaga inclui jornada de trabalho de 40 horas semanais, em regime de escala de revezamento e remuneração inicial de R$ 5.620,12, com direito a auxílio-alimentação mensal no valor de R$ 161,99.

O concurso público tem duas fases. A primeira fase, aplicada neste domingo, contém quatro etapas: prova objetiva e redação, exame de capacidade física, avaliação psicológica, avaliação de saúde. A segunda fase é por meio de curso de formação profissional.

Ressarcimento

Após o solicitação de mudança no edital do concurso, pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, a FUNRIO deve ressarcir os candidatos que fizeram mais de uma inscrição. No edital original estava previsto que o candidato poderia escolher o local onde faria a prova e a localidade onde gostaria de trabalhar, que poderiam ser cidades diferentes.

O procurador da República Edson Abdon Filho cobrou a anulação das múltiplas inscrições para evitar o favorecimento de quem concorreria a mais de uma vaga, uma vez que o concurso valia em vários estados. No entanto, a mudança não gerou alteração no cronograma das provas.

A forma de reembolso ainda será divulgada pela FUNRIO em comunicados oficiais. A central de atendimento da organizadora do concurso atende pelo telefone: (21) 3972-9357 ou pelo e-mail [email protected].

A entidade não soube afirmar se a alteração do edital do concurso poderia ser uma das razões da tentativa de boicote ao exame.