O governo do Estado revogou licitação lançada no final da gestão passada para contratação de empresa para operar o pedágio na ponte sobre o Rio Paraguai. É pelo menos a quarta vez que o certame é cancelado em cerca de dois anos. A empresa F. Andreis opera há mais de quatro anos através de prorrogação de contrato.

A Secretaria de Obras Públicas decidiu revogar o certame para rever os termos propostos. Estaria faltando definir obrigações para quem pegar o serviço, segundo informação repassada pelo secretário Edson Giroto via assessoria de imprensa. O governo quer rever como está sendo executado o serviço e saber os parâmetros para se chegar aos valores praticados. Motociclistas pagam R$ 3 pela travessia; automóveis R$ 5; para caminhões e ônibus o valor é de R$ 10 e carretas pagam R$ 20, preços cobrados pelo menos desde 2005.

Conforme a assessoria do governo, o contrato atual não traz obrigações ao contratado, como reparos no trecho explorado ou assistência a veículos em caso de problema na travessia. A conclusão do governo é que da forma como está não dá para se afirmar se a relação é vantajosa ou não para o poder público. A proposta é fazer a concessão do serviço incluindo obra para implantação de praça de pedágio, operação, conservação, manutenção e exploração comercial da ponte.

Histórico- O pedágio na ponte sobre o Rio Paraguai permanece na pauta do governo desde outubro de 2005, quando o Legislativo autorizou a concessão do serviço pelo prazo de 17 anos, podendo chegar a 20. Na mesma época, o governo prorrogou contrato com a empresa F. Andreis.

Em dezembro daquele ano foi anunciada a licitação para janeiro de 2006. O certame não se consolidou e houve nova prorrogação do contrato. Em maio, foi marcada nova licitação, mais uma vez não concluída.

Nessa época houve embaraço com o Ministério dos Transportes, responsável pela ponte, que repassou a atribuição ao governo estadual. Foi preciso interferência da PGE (Procuradoria Geral do Estado) para adequação dos termos da licitação, que acabou não se consolidando.

Outra tentativa foi anunciada em setembro, para recebimento das propostas em novembro de 2006.

A reportagem do Campo Grande News tentou entrar contato da empresa em Corumbá, Campo Grande e em Guaira. A F. Andreis opera o serviço de balsa no Rio Paraná, na divisa do Paraná com Mato Grosso do Sul. Ela foi uma das empresas integrantes do Consórcio Portuário de Porto Murtinho, que em 2001 assumiu o porto de Porto Murtinho, empreendimento depois repassado a empresas ligadas a familiares do ex-governador Zeca do PT, transação que já condenada pela Justiça, anulada e agora será novamente julgada.