A Operação Upatakon 3, para a retirada de não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, prendeu hoje o presidente da Associação dos Rizicultores do Estado, Paulo César Quartiero, que liderou hoje um protesto que reuniu cerca de cem manifestantes na localidade de Surumu, a 120 quilômetros de Boa Vista. Quartiero é acusado de quatro crimes: desacato à autoridade, desobediência, obstrução de rodovia federal e incitação à desordem pública.
Com caminhões, tratores e pneus velhos, o grupo, formado por funcionários das fazendas de arroz, bloqueou a ponte sobre o Rio Surumu, quando houve um confronto com a Polícia Federal (PF), que, desde a semana passada, mantém agentes monitorando a área para finalizar os preparativos com o objetivo de retirar os arrozeiros que ainda ocupam a terra indígena.
A explosão de uma bomba feriu o filho do presidente da Associação dos Rizicultores de Roraima Renato Quartiero, 24 anos. A ponte sobre o Igarapé (rio pequeno) Araçá foi incendiada, bloqueando um dos principais acessos ao Surumu. O delegado Fernando Romero, coordenador regional da operação, negou que a bomba que feriu Renato Quartiero tenha jogada pelos policiais federais. O artefato explosivo seria de fabricação caseiro e estaria na mão do filho de César Quartiero.
O advogado do presidente da Associação dos Rizicultores, Valdemar Albrecht, negou as acusações contra ele e disse que a Upatakon é ilegal. “A operação só poderia ser realizada mediante ordem judicial, pois os arrozeiros têm ações no STF (Supremo Tribunal Federal) contestando a área indígena”, disse.