O baixo investimento em infraestrutura na malha rodoviária marcou o ano de 2008. Dos mais de R$3 bilhões destinados a manter e recuperar as pistas federais, somente 15,5% foram utilizados. Mesmo com a chegada do período de férias, quando normalmente há aceleração de obras, quem precisou trafegar pelas rodovias encontrou milhares de quilômetros esburacados. O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar) aponta a incompetência dos governantes como principal causa deste desastre rodoviário.
De acordo com o presidente do Setcepar, Fernando Klein Nunes, o que mais espantou foi o total descaso dos governantes com a situação das rodovias. Nem mesmo com a chegada das férias de verão os governantes se preocuparam em acelerar algumas obras, o que certamente contribuiu para as mais de 400 mortes contabilizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na virada do ano.
“Investir o mínimo apenas do que era previsto chega a ser uma vergonha. Esta nossa burocracia estatal, que tantos males causa ao desenvolvimento de nosso país, é uma triste realidade. Até quando seremos obrigados a conviver com estas estatísticas sem nenhuma atitude eficaz de nossos representantes que não percebem, ou não querem perceber que, sem investimentos nesta área, os cidadãos continuarão colocando vidas em risco toda vez que forem viajar?”, questiona Nunes.
Segundo ele, o percentual gasto em 2008 foi inferior ao registrado nos anos anteriores, quando a execução dos recursos destinados à melhoria das rodovias ficou em 43% e 44% em 2006 e 2007, respectivamente. Para Nunes, não há outra explicação senão a incompetência dos governantes em administrar a verba destinada à melhoria rodoviária.
“Se existe um orçamento de R$3 bilhões e gasta-se apenas 15% algo está errado. O problema não é a falta de dinheiro, porque se ele está no orçamento é porque existe. O que falta é boa vontade e agilidade para usar este dinheiro por parte do governo. Esse dinheiro não foi usado por incompetência total e absoluta do governo”, finalizou Nunes.
O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) classifica de mal crônico a falta de projetos e planejamento no histórico de baixo rendimento para gastar o dinheiro disponível no orçamento.