Programas serão desenvolvidos para conter o aumento de acidentes

O custo dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras chega a R$ 22 bilhões por ano. O montante representa 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Os dados são do estudo Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O documento foi apresentado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, em reunião com dirigentes da Polícia Rodoviária Federal.

Os R$ 22 bilhões se referem a custos pré-hospitalares, hospitalares, de transporte e de pacientes internados, além de despesas pós-hospitalares. Quem precisa ser tratado em centro de reabilitação após sair da internação, por exemplo, custa cerca de R$ 1,5 mil por mês aos cofres públicos.

A análise revela ainda que em 2004, por exemplo, as rodovias nacionais – federais, estaduais e municipais – registraram uma média de 13 acidentes por hora, 307 por dia.

Neste mesmo ano, 190 mil veículos se envolveram em colisões nas rodovias. O número de mortos chegou a 10.186 mil pessoas. Pouco mais de seis mil delas faleceu no próprio local do acidente. As outras chegaram a ser socorridas, mas não resistiram. Quase 90 mil ficaram feridas.

O ministro afirmou que considera o trânsito uma questão de saúde pública. Genro adiantou que o assunto fará parte do Programa de Segurança com Cidadania (Pronasci). O plano, que pretende articular as políticas de segurança com as sociais do governo, será entregue ao presidente Lula no dia 30 deste mês.

Polícia Rodoviária Federal – Uma das ações que deve fazer parte do Pronasci é o Projeto Unidades Operacionais (UOP), da Polícia Rodoviária Federal, também apresentado ao ministro da Justiça. A iniciativa tem o objetivo de reestruturar o efetivo de homens e de viaturas no país, para otimizar o trabalho da corporação. Os agentes serão distribuídos de acordo com o tipo da via, levando-se em consideração aspectos como fluxo de veículos e índice de criminalidade, entre outras providências. O cruzamento dos dados apontará qual a necessidade efetiva de policiais rodoviários.

O UOP foi colocado em prática entre setembro e outubro do ano passado, em um local considerado crítico: as BRs 116 e 476, no Paraná. Durante a aplicação da metodologia, não houve o registro de acidentes com vitimas fatais. A intenção é que o UOP seja testado em outros estados em breve. E possa contar com a ajuda do IPEA para uma melhor análise dos dados.