Cansados de esperar pela conclusão da obra de pavimentação da SC-487, acesso de Jaguaruna à praia do Camacho, moradores fecharam nessa sexta-feira o principal desvio ao balneário, na localidade de Laranjal. A maior reivindicação é a construção de uma ponte provisória ao lado daquela que está sendo erguida no bairro Riacho, próximo ao bairro Morro Bonito. A comunidade alega abandono das autoridades responsáveis e, por conseqüência, prejuízos no comércio local.
Os manifestantes utilizaram carros, ônibus e até caminhões Caçamba para bloquear a principal rodovia de acesso ao balneário. “Estamos reivindicando até a conclusão da ponte de concreto da localidade de Riacho, uma passagem provisória para que possamos transitar”, explica a presidente do Centro Comunitário de Camacho, Nilcéia Fogaça. Na segunda-feira, representantes da comunidade e técnicos do Deinfra se reúnem para discutir o problema. Por ora, o manifesto está suspenso.
O protesto iniciado por volta de 13h reuniu em torno de 500 pessoas e teve o apoio de comerciantes, empresários e turistas. “Faz quatro meses que comprei uma casa no Camacho. Queria reformá-la, mas não encontrei nenhuma loja de material de construção para comprar. Devido à precariedade dos acessos, elas deixam de vender para não ter que colocar o caminhão nestas estradas”, conta o veranista de Lages, Vilson Neves. Indignado, o morador José Paulo Ribeiro aponta a demora na pavimentação de 18 quilômetros da rodovia. “São seis anos para pavimentar a rodovia. É uma vergonha. Com as estradas de desvio precárias, cheias de buracos, está difícil até de chegarmos ao posto policial.”
De acordo com o secretário de Obras de Jaguaruna, Edenilson Montine da Costa, durante a semana, máquinas realizaram a manutenção das vias. “As estradas foram melhoradas. Os buracos que haviam ao longo dos acessos foram cobertos com pedras”. Sobre a situação das pontes, o secretário alega que a responsabilidade é da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Tubarão.
Quanto à construção de uma ponte provisória, o engenheiro do Deinfra, Clóvis Bozzano, diz que o pedido seria inviável. “Não há condições, o local impossibilita mais uma obra. Para a construção da ponte de concreto, tivemos que fazer estacas de 20 metros para começá-la.”
Ponte da Barra do Camacho cede e é interditada
Além da péssima estrutura em que se encontram as estradas de desvios, a ponte de madeira da Barra do Camacho foi interditada na noite de quinta-feira. A estrutura cedeu depois da passagem de um caminhão com carga de 30 toneladas. Para evitar que a ponte caia, o trânsito foi liberado somente para pedestres e ciclistas. Durante todo o dia dessa sexta-feira, funcionários da empresa responsável pela obra de pavimentação da SC-487 trabalhavam na manutenção da ponte. “Esperamos liberar o acesso ainda na noite de hoje (sexta-feira). Um caminhão com 30 toneladas de carga, passou na ponte e provocou a quebra dos calços, parte que segura a estrutura. Estamos trabalhando para liberar o trânsito o mais rápido possível”, explica o responsável pela obra, Salézio Martins, da Saibrita.
Sem qualquer tipo de sinalização indicando a inviabilidade do acesso ao Farol de Santa Marta pelo Camacho, muitos turistas chegaram a percorrer 19 quilômetros de estrada até a Barra do Camacho e foram obrigados a voltarem. Para chegar até a praia do Farol, o acesso era feito somente por Laguna, atravessando a balsa. Devido as fortes chuvas que caíram na região, na última semana, a ponte que faz ligação do Rio Congonhas ao Camacho também caiu e até agora a estrutura não foi recuperada. “Estamos praticamente isolados. A falta de infra-estrutura, deixa os moradores e veranistas praticamente sem acesso ao Camacho e Farol de Santa Marta. A temporada já está destruída. No ano passado ainda tínhamos a ponte do Riacho. Nosso balneário está afogado em águas”, desabafa a presidenta do Centro Comunitário, Nilcéia Fogaça.
O Deinfra ainda aguarda a licença da Marinha para o retorno da construção da nova ponte sobre a Barra do Camacho. Segundo o engenheiro do Deinfra, Clóvis Bozzano, a obra foi embargada devido a uma nova exigência imposta em 2004. “Realizamos o projeto em 2003. Na época não precisávamos da autorização da Marinha”, acentua.