No final do ano passado, as estradas federais mineiras registraram em média 30% de aumento na movimentação em comparação com a média dos outros meses, informa o inspetor Aristides Júnior, da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A combinação férias, festas e chuvas é responsável pela elevação da probabilidade de acidentes no período. O risco leva a PRF a realizar operação especial nas rodovias federais, do início de dezembro até o mês de março.
O coordenador do movimento SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, faz uma previsão macabra: “pode esperar que vão morrer 2.000 pessoas nos próximos quatro meses no país.” Segundo ele, o número é baseado nas ocorrências normais no período de fim e início do ano e na inexistência da fiscalização por radares. Para Rizzotto, retirar ou reduzir a ação de radares e balanças é um gesto de “irresponsabilidade” do governo.
“Enquanto as pessoas morrem, eles cuidam de questões burocráticas e nem se programam para isso.” Rizzotto critica outra medida adotada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) neste ano, que estabelece a sinalização para indicar onde estão os radares. “Dissemos que isto iria aumentar o número de mortos porque as pessoas desaceleram próximo aos radares, mas correm depois”, informou. Eles preparam dossiê sobre este assunto para encaminhar ao Ministério Público.
Sem pesagem
Tão grave quanto a falta de radares, é a inexistência de balanças. Não controlar a carga excedente significa desrespeitar as regras para manutenção das condições das vias. “Excesso de peso danifica as estradas e coloca em risco a vida de outras pessoas e a do próprio motorista”, observa o procurador do Ministério Público Federal em Minas, Cléber Eustáquio Neves. (BM)