O projeto de instalação do distrito industrial de Serra Talhada e a discussão sobre o fortalecimento do Pólo Moveleiro do Pajeú entraram em nova fase com a presença da comitiva da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Agência de Desenvolvimento Econômico AD Diper na região. O secretário Fernando Bezerra Coelho, o presidente da AD Diper, Jenner Guimarães, e técnicos dos dois órgãos participaram de reuniões em Serra Talhada e Afogados da Ingazeira.

Em Serra Talhada, a comitiva visitou um terreno, localizado na entrada da cidade, nas imediações do posto da Polícia Rodoviária Federal, cotado para comportar o distrito industrial do município. “O Governador autorizou o início do processo de instalação do distrito. A área tem boa localização e vamos iniciar os estudos para levantar os custos de desapropriação”, adiantou Bezerra Coelho.

A equipe de técnicos da AD Diper, que fez estudo da área, confirmou as impressões do secretário. “A topografia, o acesso viário e a localização são muito bons. Fica próxima a barragens e não deve nada às áreas onde funcionam distritos industriais de outros municípios, até com algumas vantagens”, comentou o integrante da equipe de Engenharia da agência, Paulo Wanderley.

De acordo com o presidente da AD Diper, Jenner Guimarães, paralelamente à definição do local do empreendimento, será realizado levantamento dos custos referentes à desapropriação do terreno e à construção de toda a infra-estrutura necessária para comportar a instalação de empresas. A expectativa é que, a partir da definição do terreno, sejam necessários cerca de quatro anos para que o distrito industrial de Serra Talhada comece a funcionar.

“A partir da desapropriação, vamos desenvolver um projeto específico para a implantação deste distrito. De posse dos valores estimados para a obra, partiremos para tentar montar as parcerias que vão assegurar a captação dos recursos necessários para execução do projeto”, informou Guimarães.

Pólo moveleiro – O outro compromisso da comitiva foi em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Na cidade, foi realizado encontro com empresários de diversos setores, como metal-mecânica, comércio, avicultura e, principalmente, do segmento moveleiro. O secretário Fernando Bezerra Coelho destacou a importância dos produtores se unirem em torno de propostas comuns, “pois só dessa forma serão definidas as demandas do municípios e, a partir delas, o Governo do Estado estudará meios de atendê-las”.

“O Estaleiro Atlântico Sul, por exemplo, vai começar a produzir navios em poucos anos. Só que 60% do custo de um navio correspondem aos componentes navais. E um dos principais equipamentos são os móveis. Vamos fazer os contatos para que vocês se organizem e, em 24 meses, possam estar entregando sua produção ao estaleiro. Por baixo, a encomenda de cada navio é de US$ 10 milhões”, sinalizou.

A idéia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é fortalecer o Pólo Moveleiro do Pajeú, possibilitando melhor estrutura para as indústrias instaladas na região. A exemplo de Serra Talhada, também existe a possibilidade do Governo do Estado ceder uma área para a instalação de um distrito industrial, tendo as empresas do segmento como âncoras.

Um dos empresários do setor, Carlos Brito, falou da distorção existente na lei de incentivos fiscais, que não beneficia as empresas já existentes com a isenção máxima. “Nossa empresa conseguiu os incentivos, mas apenas parte do que é oferecido às novas empresas. Isso cria desvantagem para quem já está no mercado”, explicou. O secretário reconheceu que essa situação é uma “incongruência”, mas que o Governo do Estado discute solução para este tipo de impasse junto à Secretaria da Fazenda.

O prefeito Totonho Valadares e o representante da Companhia de Energia e Desenvolvimento do Alto Vale do Pajeú – Ceralpa, Eraldo Feijó, elogiaram a iniciativa da secretaria em mobilizar o empresariado e ouvir as suas necessidades. “Durante muito tempo nós não fomos ouvidos. É importante, até porque nós poderemos cobrar depois essas ações que estão sendo propostas”, disse Feijó.