Impasse entre proprietário rural, Artesp e concessionária da Bauru-Jaú impede acesso por risco de acidentes em trevo
Pederneiras – Um impasse criado desde a construção do trevo de acesso ao distrito de Guaianás ( 26 quilômetros de Bauru) gerou o fechamento da entrada de uma propriedade rural localizada na rodovia Bauru/Jaú, quilômetro 218, na manhã de ontem. Desde então, o dono da área e o caseiro não têm como entrar e nem sair motorizados do local.
A discussão é antiga. De um lado, está o proprietário da área, Ronaldo Nunes Berbel, que adquiriu o imóvel em 2000. Do outro, está a concessionária da rodovia, Centrovias e a Agência de Transporte do Estado de São Paulo. Berbel alega que, quando comprou a área, sabia da desapropriação de 13 mil metros para a duplicação da rodovia.
“A desapropriação foi feita pelo Estado e a Centrovias é que fez essa entrada, que eles mesmos fecharam. Na época, eles alegaram que atendia às regras. Agora, querem que eu construa uma nova entrada. Para fazer outro acesso, eu terei que solicitar autorização dos órgãos públicos. É uma área de preservação, com mata nativa. Terei que gastar valor semelhante ao da propriedade.”
Ele concorda que a entrada, na primeira curva do trevo, é perigosa. “Fui eu mesmo quem informou a eles que a entrada oferecia perigo, especialmente porque quando o motorista sinaliza para entrar no imóvel, os veículos que seguem atrás acham que vamos entrar no trevo. Corremos o risco de ser abalroados por um caminhão da pedreira.”
Na opinião dele, a entrada deveria ser construída em outro local, por conta da concessionária da rodovia. Já a Centrovias, através da assessoria de imprensa, diz que cumpriu ordem da Artesp ao fechar a entrada. “A concessionária não tem autonomia para abrir ou fechar acessos.” Eles alegam que o acesso é irregular e que o proprietário foi orientado a mudar a entrada e não tomou as providências. “A Artesp notificou o proprietário.”
A Artesp, através da assessoria de imprensa, informou ontem que o acesso à propriedade está irregular, fora dos padrões, que determinam que ele só pode ser construído a 500 metros do trevo. E que foi fechado porque oferece perigo aos usuários. A entrada do imóvel, segundo a agência, deve ser a mesma de outra propriedade rural já existente. “A propriedade rural foi desmembrada e existe um acesso que passa por outra. Não podemos autorizar várias entrada para não picotar a rodovia.”
O proprietário Ronaldo Berbel alega que a entrada por outra propriedade já criou um clima de animosidade com o seu vizinho e não pretende levar a discussão em frente, uma vez que ele é uma pessoa idosa.