A suspeição contra o futuro diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, levantada nesta sexta por informações divulgadas pelo jornalista Ricardo Noblat, não alterou a disposição do governo de indicá-lo para a função. A Casa Civil negou que haja qualquer impedimento para que assuma e que a ficha dele está limpa.

O jornalista informa ainda que o Ministério Público de Mato Grosso investiga um negócio suspeito feito em 2003 por Pagot e Moacir Pires, secretário do Meio Ambiente e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) de Mato Grosso.

Por meio da assessoria de imprensa, a Casa Civil informou que na pesquisa feita sobre a situação atual de Pagot não há nada que o impeça de assumir o cargo. A pesquisa é feita com base no CPF do indicado e faz buscas sobretudo para verificar se o futuro ocupante de uma função pública responde por algum processo na Justiça. No caso de Pagot, segundo a assessoria, a pesquisa resultou negativa.

Segundo Noblat, Pagot trabalhou, ao mesmo tempo, como funcionário do Senado (de 1995 a 2002) e diretor-superintendente da Hermasa Navegação da Amazônia, empresa privada com sede em Itacoatiara, a 240 quilômetros de Manaus. E omitiu essa informação no currículo que acompanha a mensagem, ao Senado, de sua indicação para o Dnit.

Pagot disse que a informação não constou no currículo por não considerá-la relevante. Ele disse que omitiu outras ocupações, como ter sido vice-presidente da Confederação Brasileira das Associações Comerciais.
” Fiz um currículo extremamente simples, porque esse foi o pedido de Brasília, e omiti vários outros cargos que ocupei”, afirmou.

Ele admitiu ter, simultaneamente, assessorado o senador Jonas Pinheiro e dirigido a Hermasa. Mas disse que, em 1995, o Senado foi consultado e não impôs obstáculos. Disse ainda que sempre declarou as duas fontes de pagamento ao Imposto de Renda. Segundo ele, a assessoria não implicava a presença física diária em Brasília. Ele fazia contato com prefeitos e empresários.
“Nunca me considerei funcionário fantasma, mas sim um grande colaborar do senador.
Sou um trabalhador obstinado, sou honesto”, defende-se Pagot.

Luiz Pagot disse estar tranqüilo e acreditar que as denúncias sejam obra de pessoas preocupadas com sua ida para o Dnit. Ele deve ser sabatinado no Senado, na próxima semana, para posteriormente assumir a presidência do DNIT.