Deputados da bancada gaúcha que visitaram na última quinta-feira (11) a ponte Mauá, construída entre 1927 e 1930 para ligar o Brasil e o Uruguai, constataram que ela está em situação precária e necessita de reformas. Eles participaram de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional em Jaguarão (RS) e passaram pela ponte, que liga o município gaúcho a Rio Branco, no Uruguai. O debate foi realizado por sugestão do presidente da comissão, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).

Mauá foi projetada para suportar até 30 mil toneladas, mas hoje recebe diariamente cerca de 70 mil toneladas de carga. Aos 77 anos de idade e com cerca de 340 metros de extensão, a ponte apresenta inúmeras infiltrações e rachaduras, além de deterioração na pista, o que coloca em risco a vida dos usuários. Para o deputado e arquiteto Luiz Carlos Busato (PTB-RS), a reforma da ponte Mauá é indispensável, para dar mais segurança a quem passa pelo local.

O prefeito de Jaguarão, Henrique Knor Filho, destacou a importância arquitetônica da ponte e disse que a recuperação do local está entre as prioridades do município, para possibilitar o aumento do fluxo de caminhões e automóveis entre os dois países.

Mercosul
A ponte diminui em cerca de cem quilômetros a distância entre Porto Alegre e o Uruguai. Na avaliação do deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), a restauração do local e a possibilidade de construção de uma outra ponte fortalecerá o Mercosul. “Os nossos países precisam desenvolver uma política de fronteiras que implique um esforço de desenvolvimento mais autônomo das regiões de fronteiras. Tanto a reforma da ponte Mauá quanto a eventual construção de uma nova ponte de ligação entre os dois países nesta região são uma aposta no futuro do Mercosul”, ressaltou.

Acordo para restauração
No início deste ano, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Tabaré Vasquez estabeleceram um acordo de cooperação para a restauração da ponte e para a construção de uma segunda ponte sobre o rio Jaguarão, com custo estimado de 12 milhões de dólares (cerca de R$ 22 milhões).

A obra foi uma das 29 incluídas na lista de prioridades pelos presidentes sul-americanos para viabilizar a integração física da América do Sul. Essa lista foi elaborada durante a Reunião de Cúpula dos Chefes de Estados do Mercosul, realizada em Cuzco, no Peru, em dezembro de 2004.